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domingo, 17 de julho de 2011
sábado, 16 de julho de 2011
Projeto Vivaleitura encerra suas inscrições em 20/07
Posted: 15 Jul 2011 05:00 AM PDT Normalmente, quem escreve é, acima de tudo, um amante da literatura. Afinal, antes de ser um contador de histórias, um escritor bebe de fontes que podem variar de Kafka a Machado de Assis, passando por poetas como Drummond, por mestres como Manoel de Barros e por tantas, tantas outras fontes de inspiração. Incentivar a leitura é, portanto, uma forma fundamental de se incentivar toda a cadeia de produção literária nos mais diversos cantos do país. E não é sempre que conseguimos enxergar ações concretas do governo que remem no mesmo sentido que a comunidade literária. Dentre as honrosas exceções, destaca-se o projeto Vivaleitura, destinado a premiar iniciativas que tenham contribuído de forma decisiva para o fortalecimento do hábito da leitura no Brasil. Segundo o site: (O projeto Vivaleitura) é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Cultura (MinC) e da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), com o patrocínio da Fundação Santillana, e com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O Prêmio VIVALEITURA faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). Todos os anos, são premiados trabalhos nas seguintes categorias: 1) “Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias”; 2) “Escolas Públicas e Privadas”; e 3)”ONGs, pessoas físicas, universidades/faculdades e instituições sociais”, que desenvolvam trabalhos na área de leitura. Em cada categoria, os vencedores recebem um prêmio no valor de R$ 30 mil. Na categoria Sociedade, há a distinção da Menção Honrosa a ser atribuída a projetos de empresas com foco no tema “formação de mediadores de leitura”. A distinção abrange programas e projetos de apoio, promoção e patrocínio, na área de leitura, desenvolvidas por empresas, públicas ou privadas. O projeto que se destacar por sua abrangência, permanência confirmada e alta relevância será considerado merecedor da Menção Honrosa. As inscrições estão abertas para todos até o dia 20 de julho, premiando com R$ 30 mil o projeto vencedor. Mas o interesse no assunto deve ir além do prêmio em si: o fomento de iniciativas assim interessa a absolutamente todos os autores brasileiros, que devem acompanhar cada um dos casos e, na medida do possível, apoiar e participar. O site do projeto deixa todas as informações claras e apresenta inclusive os vencedores das edições passadas, no que recomendamos fortemente que se acesse e navegue. Para tanto, basta clicar aqui ou na imagem abaixo – conhecer uma iniciativa como essa e divulgá-la, afinal, é também uma forma importante de apoio! |
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Aprender a lidar com o dinheiro: uma necessidade da sociedade brasileira
Educação Financeira nas Escolas
Se pensarmos em uma sociedade civilizada e que respeita o próximo de verdade podemos chegar a superfial conclusão que essas leis são desnecessárias. Mas se avaliarmos a falta de educação, cidadania, e civismo da nossa população praticados no nosso dia a dia, podemos afirmar que a instituição das leis é apenas um singelo começo para provocar mudanças. Mas, num futuro longíquo, quem sabe o respeito realmente será prática da convivencia humana em seu cotidiano???
Então não será mais necessario haver placas com informações para os mais desavidados que determinadas pessoas possuem mais debilidades que outras por isso precisam de mais atenção. Caminhamos na civilização para isso...
Assim também acontecerá com a filosofia da boa educação financeira. Se instituímos uma lei é porque existe um comportamento inadequado que ainda nao é praticado socialmente. Não tenham dúvida, apenas a publicação do decreto já provoca mudanças e impele o povo a pensar... principal fator para mudança de comportamento. Muitas familías brasileiras vivem realmente o caus da falta de organização financeira. Demorou para o Brasil perceber isso e voltar-se para esse assunto. O melhor ambiente de ensino? A Escola, sem dúvida!
Leia o DECRETO Nº 7.397, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010 na íntegra:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7397.htm
Como disse o especialista de Capivari:
http://www.jcrnet.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=6866&Itemid=
Acesse giulienymatos.blogspot.com
quinta-feira, 14 de julho de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Agora na rede!!!
Ilustração de "A Menina Derretida" |
A partir de agora, muitas novidades virão.
Acesse giulienymatos.blogspot.com
Neoempreendedorismo à brasileira
Neoempreendedorismo à brasileira / Artigo / Miguel Seta
13/07/2011
Miguel Setas Vice-presidente da EDP
Nas últimas semanas tem sido noticiado o sucesso dos sites de compras coletivas no Brasil. Estima-se que existam mais de 1.800 sites de compras coletivas brasileiros, enquanto nos EUA este número não ultrapassa os 400. O Brasil é o 5º maior país do mundo em utilizadores com acesso à internet (75 milhões de usuários, de acordo com o Internet World Stats 2011). Uma colocação claramente acima do sua posição econômica, que deve ser reforçada nos próximos anos com o anunciado Plano Nacional de Banda Larga.
Este é um dos sinais de um verdadeiro boom de empreendedorismo brasileiro, que foi confirmado este ano pela Global Entrepreneurship Research Association, que colocou o Brasil como o país com a maior taxa de empreendedorismo do G20, em 2010—17,5% dos brasileiros em idade adulta tem um negócio de até 3,5 anos. O Brasil transformou-se numa verdadeira “start-up nation”, como era conhecida Israel há alguns anos.
Este é um fenômeno global. A internet veio dar condições para os empreendedores se lançarem no mercado com muita rapidez. O Groupon — maior site de compras coletivas do mundo — atingiu faturamento superior a US$ 2,5 bilhões, em pouco mais de 2 anos. Outra tendência interessante, para além da rapidez e intensidade do fenômeno, é o aparecimento de várias classes de empreendedores. Há quatro tipos que nos chamam a atenção: z-preneurs, beta-preneurs, indie-preneurs e senior-preneurs.
Os z-preneurs é um nome que atribuímos para jovens da geração Z (nascidos depois de 1996). A internet permitiu a estes “jovens digitais” montarem os seus próprios negócios on-line. Sites de aconselhamento de imagem, como o da notória Bethany Mota, são um exemplo de como a geração Z já empreende.
Os beta-preneurs são empreendedores que se dedicam a lançar ou testar produtos e serviços em fases avançadas de desenvolvimento, mas que ainda não atingiram a sua versão final—estão na chamada “versão beta”. O exemplo das lojas colaborativas “Endossa” no Brasil, que vendem espaço de prateleira para produtos em fase de lançamento, ilustra a tendência.
Os indie-preneurs são empreendedores “independentes”, que usam a facilidade da web e da mídia social para lançar o seu próprio negócio. Um estudo recente do site enterprisenation.com mostrou que no Reino Unido há mais de 5 milhões de pessoas que gerem os seus próprios negócios em casa, com o chamado “trabalho das 5 às 9 horas”. Muitos dos sites de compras coletivas enquadram-se nesta categoria.
Senior-preneurs é o nome que atribuímos aos empreendedores de idade mais avançada.Um relatório da Kauffman Foundation mostra que nos últimos anos surgiu nos EUA um elevado número de empreendedores na faixa dos 54 aos 65 anos, que beneficiam do aumento da longevidade e que aproveitam negócios associados ao fortalecimento da economia do conhecimento.
Ou seja, o empreendedorismo é hoje um traço marcante da nossa sociedade. Há 30 anos era um conceito inovador que se estudava nas escolas de negócios e era adotado por alguns empresários mais arrojados. Agora é um conceito bastante disseminado na sociedade, impulsionado mundialmente pelas inúmeras oportunidades de negócio e pelas elevadas taxas de desemprego em algumas economias.
Especialistas defendem melhorias em conselhos tutelares
SÃO PAULO — Ao completar 21 anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ainda apresenta uma questão que precisa ser bastante aperfeiçoada: os conselhos tutelares. As deficiências nessas unidades foram problemas apontados por dois especialistas no assunto que foram entrevistados pela Agência Brasil.
O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Roberto da Silva defendeu a melhor qualificação dos candidatos ao cargo de conselheiro tutelar. “A forma de seleção e de eleição do conselheiro tutelar é extremamente problemática hoje e é um dos fatores que depõe contra o ECA”, disse o professor, que é membro do Conselho Curador da Fundação Casa e também do Conselho da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Segundo Silva, a falta de critérios objetivos para a seleção de conselheiros tutelares tem permitido a eleição de “pessoas que não conhecem nada do ECA, sem experiência no trabalho com a infância e adolescência e até de quem é contrário ao estatuto”.
De acordo com o presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo (SP) e vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente da OAB, Ariel de Castro Alves, há conselhos tutelares instalados em 92% dos municípios brasileiros, mas nem sempre eles estão bem estruturados para atender crianças e adolescentes. “Faltam condições de trabalho e nem sempre os profissionais têm a devida capacitação para a complexidade da atuação que precisa ter.”
Para Alves, além de melhorar as condições dos conselhos tutelares, é preciso haver mais investimento em varas especializadas em infância e juventude. “Segundo o Conselho Nacional de Justiça, só 6% das regiões judiciárias ou comarcas têm varas com juízes, promotores e defensores atuando com dedicação exclusiva na área de infância e da juventude”, citou.
Segundo Silva, o mecanismo que trata da proteção integral da criança e do adolescente, por exemplo, ainda não foi totalmente implantado. “Talvez seja esse o princípio mais importante do ECA, porque ele extrapola o âmbito da criança e do adolescente, envolvendo a mãe, o grupo sociofamiliar e o conjunto da comunidade. Aos 21 anos [do ECA], não se tem a perfeita compreensão ainda do que é o principio da doutrina da proteção integral.”
Por esse princípio, entende-se a necessidade de o Estado assegurar o direito à moradia e à educação, entre outros. “Outra questão que está na Constituição Federal é o salário mínimo digno. Isso não está diretamente vinculado ao direito da criança e do adolescente, mas é um pressuposto básico para os pais protegerem os direitos dos seus filhos. A mesma coisa é o direito à educação no que se refere à alfabetização e à educação de jovens e adultos. Como os pais vão assegurar o direito de seus filhos se eles sequer têm seus direitos garantidos?”, questionou o professor da USP.
Para ele, a situação de crianças e adolescentes pode melhorar se houver maior articulação entre os governos federal, estaduais e municipais, assim como melhorias dos sistemas de informação. “Não temos ainda no Brasil, de forma organizada, um sistema de localização de desaparecidos. Apesar da iniciativa do Conselho Nacional de Justiça, o Cadastro Único de Adoção, que é uma medida desejável, ainda não é um fato. Em 2004, junto com o Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada], fizemos um censo parcial de abrigos no Brasil. Mas não temos um censo universal que dê conta de identificar quem são e quantos são os abrigos existentes no país.”
Segundo Roberto Silva, esses sistemas de informação não dependem de grande investimento e sim de articulação política. “Cada ente da Federação faz iniciativas isoladas por causa da questão da incompatibilidade política, seja por não serem do mesmo partido seja por causa da sucessão do governo. Há uma fragmentação das ações que dificulta o gerenciamento da questão”, destacou o professor.
O cumprimento integral do ECA, segundo Ariel de Castro Alves Alves, poderia se dar por meio da maior participação do empresariado brasileiro e da ampliação de recursos públicos para a área da infância e da juventude. “As empresas podem ajudar contribuindo para os fundos municipais, estaduais ou federais da Criança e do Adolescente. E as prefeituras, os estados e o governo federal têm de ampliar os recursos do Orçamento vinculados às áreas de atendimento à a infância e à juventude”, defendeu.
http://www.dci.com.br/Especialistas-defendem-melhorias-em-conselhos-tutelares-3-381114.html
Samambaia ganha Ponto de Inclusão Digital
Governador Agnelo Queiroz inaugura, na cidade, o segundo pólo do DF. Agora, comunidade de Samambaia terá a oportunidade de se qualificar em um espaço autossustentável.
Os centros comunitários digitais são desenvolvidos para serem autossustentáveis. Cada ponto terá um plano de negócio, para que a própria sociedade possa gerir o local, estimulando a economia solidária e criativa e o empreendedorismo. Para atender a demanda do DF e do Entorno, o governo criará 300 centros tecnológicos comunitários, além de converter ao novo modelo os 102 telecentros existentes. O objetivo é oferecer acesso universal às Tecnologias da Informação e Comunicação.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Redes sociais favorecem reação dos jovens
Quando as redes sociais na internet começaram a surgir, análises apressadas logo decretaram o fim das relações presenciais. Mobilizações como a que derrubou o ex-presidente Fernando Collor estariam fadadas à extinção, porque os jovens passariam o dia diante de seus computadores. “O que vemos é exatamente o inverso”, afirmou Christiana Soares de Freitas, professora adjunta do Departamento de Administração da Universidade de Brasília, em palestra no 63º Congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Segundo ela, as redes sociais têm possibilitado um exercício maior da democracia deliberativa em um país de democracia representativa. “A internet potencializa o ativismo não institucional”, comentou Christiana, que é também pesquisadora-colaboradora do Departamento de Sociologia. Ela e outros dois integrantes da mesa na SBPC, Bernardo Esteves Gonçalves da Costa, do Instituto Ciência Hoje, e Marcus Abílio Gomes Pereira, da Universidade Federal de Minas Gerais, defenderam a liberdade na internet e criticaram projetos como o PL 84/99, em trâmite no Congresso Nacional. A proposta, chamada pelos internautas de AI-5 Digital, trata de crimes cibernéticos e, durante discussão pelos parlamentares, incluiu o controle de informações acessadas pelos usuários.
O uso das redes sociais nas manifestações que derrubaram governos no Oriente Médio foi o caso mais analisado pelos professores durante o debate. “É claro que a rede não foi o único fator que desencadeou a onda de protestos no Oriente Médio. A imprensa ocidental comprou essa ideia. Houve outras razões, muito mais determinantes, mas é fato que a rede possibilitou a disseminação do movimento”, analisou Marcus Abílio. “As redes sociais estão possibilitando a organização de minorias e aprimorando a democracia”.
Christiana citou como exemplo do poder das redes sociais a ocupação do prédio da Reitoria da UnB há cerca de um mês, por alunos da UnB Ceilândia. “Em meia hora, os estudantes se mobilizaram pela rede e tomaram conta do prédio em um ato totalmente inesperado”, lembrou. Bernardo Esteves destacou também o caso do Churrasco da Gente Diferenciada, que surgiu em protesto contra mudanças em projeto de ampliação das estações de metrô. Em 24 horas, pelo menos 47 mil pessoas confirmaram participação no ato que reuniu cerca de mil pessoas no último mês de maio em Higienópolis. “A internet favorece os espaços de participação pública”, comentou o professor Marcus Abílio Gomes Pereira, da Universidade Federal de Minas Gerais.
O professor destacou, no entanto, que a democracia na rede também tem suas limitações.”É um instrumento democrático, mas quem vai ser escutado? Quem realmente consegue atingir o grande público?”,indagou. Na opinião de Marcus Abílio, a rede está criando uma elite de blogs e sites. “Mas não há como negar que o campo midiático sofreu uma alteração de poder”, disse.
por Ana Lúcia Moura
Inauguração do Ponto de Inclusão em Samambaia DF
Plano de negócios
Os centros comunitários digitais são desenvolvidos para serem autossustentáveis. Cada ponto terá um plano de negócio, para que a própria sociedade possa gerir o local, estimulando a economia solidária e criativa e o empreendedorismo. Para atender a demanda do DF e do Entorno, o governo criará 300 centros tecnológicos comunitários, além de converter ao novo modelo os 102 telecentros existentes. O objetivo é oferecer acesso universal às Tecnologias da Informação e Comunicação.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
O cartunista Laerte fala sobre a arte de criar, o humor e a sociedade
Laerte (C) com Gabriel Góes (blusa cinza), Lucas Gehre (cabelo grande), Caio Gomes (blusa xadrez) e Gabriel Mesquita (boina): traços e quadrinhos |
Na conversa a seguir, Laerte lembra os tempos em que trabalhava com Angeli e Glauco Villas Boas (assassinado no ano passado) na série Los 3 amigos, a produção de quadrinhos no Brasil e no mundo, técnicas, morte de personagens, a preguiça de desenhar e, claro, vestir-se com roupas femininas (o hábito recebeu uma expressão em inglês chamada crossdresser). No fim, inverte-se a ordem e é o veterano quem questiona os iniciantes.
Góes: Que quadrinhos você está lendo atualmente?
Laerte: Quadrinhos têm esse problema de ser rápidos para caramba. Você leva dois anos fazendo e dois dias para ler uma graphic novels, por exemplo. Meu problema com Ken Parker são as 100 páginas por episódio. Eu conheço o Berardi (Giancarlo, roteirista da série italiana) e ele é louco mesmo. Ele trabalha algo em torno de 18 horas por dia; eu jamais trabalhei 14 horas por semana (risos).
Góes: Qual é a diferença da época em que você fazia tiras de personagem e o que você faz hoje?
Laerte: Ficou muito mais complicado porque com personagens é meio caminho andado. Já tem uma série de escolhas dadas pelas características do personagem. Por mais que ele evolua, uma série de coisas já estão resolvidas. Soluções que ele já aponta dentro de uma linguagem, que é da tira humorística. Quando eu encerrei esse pacote, encerrei personagens e modos de fazer a piada. Resolvi ir para um terreno novo e complicado.
Gehre: Às vezes nem é humor exatamente…
Laerte: É humor, não é piada. Humor e piada são coisas diferentes. Tem um festival em São Paulo de stand-up comedy chamado Risadaria que é muito bom. Já fui algumas vezes. Mas eu implico com o nome. Risadaria é a ideia do humor de festival assim como tinha o festival da canção. É humor com fórmula, fabril. Humor de resultado, como mecanismo de obter risada, não me agrada. Pode funcionar com um monte de gente. Mas me deu um siricutico com essa coisa. E nesse partir para outra tenho visto que muita gente opera com esse diapasão. Vocês (da Samba) fazem isso. O pessoal da revista Beleléu faz isso. Do meu ponto de vista, mudar foi uma saída para a minha sanidade. Eu estava me cansando da minha profissão, do meu trabalho, me repetindo, dizendo a mesma coisa muitas vezes.
Góes: Não dá saudade nenhuma dos seus personagens? Nenhuma mesmo?
Laerte: Não. Eles não eram pessoas reais. Não acredite em tudo que vocês veem por aí. Vocês têm saudade do Calvin (personagem de Bill Watterson)?
Góes: Direto, eu penso no Calvin.
Laerte: Esse é o problema de se trabalhar com personagens. São certos modelos que eu não ia alcançar. Eu tenho certeza de que nunca fiz nada como o Calvin. Aquela inteireza e densidade me fascinam. Conseguir uma tripinha com quatro quadrinhos por dia, com um personagem simples e previsível (boa parte do humor do Calvin é a expectativa satisfeita do leitor). Por outro lado, ele ia adensando situações. É exemplo de uma produção dinâmica de humor. Tanto é que o autor parou também. Na certa, por conta das limitações. Trabalhar com um personagem que não envelhece, num mundo em que o tempo não passa... Os comentários tinham de se ater a certos parâmetros. Já acho ótimo que ele não tenha vendido o personagem para o marketing. O fato do Watterson ter decidido parar já é um ponto a favor.
Mesquita: Quando você faz um quadrinho de mais de uma página, como você pensa tecnicamente?
Laerte: Isso tem saído cada hora de um jeito. Minha técnica varia muito. Às vezes, eu faço de lápis azul, boto a tinta em cima e filtro no photoshop. Essa crise que eu estou atravessando, ou que está me atravessando, colocou várias coisas em xeque. Uma delas foi o humor. A outra foi a minha capacidade de exercer a minha profissão de desenhista, tecnicamente, de nível. Vocês já devem ter percebido que essa p… exige uma certa disciplina, uma permanência. É uma relação de aficionado pelo próprio trabalho. E eu não consigo ter isso. Ando numa impaciência... É claro que uma história com mais de quatro páginas é uma piração. Cada história dessas, para ser parida, é uma loucura. Envolve ideias, estudos, desenhos. Eu não aguento mais esperar o roteiro sair para começar a história. Erro tudo. São marchas e contramarchas.
Mesquita: Aqui na Samba, às vezes um desenha e outro finaliza ou vice-versa. Na época em que você desenhava com o Los 3 amigos, vocês também faziam isso?
Laerte: Eu e o Angeli desenhávamos tudo. O Glauco só vinha para botar o bonequinho dele (o personagem Geraldão). Depois que ele descobriu que a gente desenhava o bonequinho razoavelmente, ele nem se dava ao trabalho de ir. Ficava lá um pouco, dava umas ideias muito loucas e ia embora. É gostoso fazer isso. Eu gostava bastante.
Caio Gomes: Quando você faz os quadrinhos, você pensa no que pode acontecer em relação à reação das pessoas?
Laerte: Eu já fui acusado de racista e homofóbico. Era uma tira que dois moleques ficavam questionando o que era gay ou lésbica. Evidentemente, minha intenção era discutir a linguagem comum. Aquilo que é passado para as crianças. Era uma história realista.
Caio Gomes: Você fica receoso por causa disso?
Laerte: Fico. É um pouco pior do que receio. Fico pensando se eu não estou sendo isso ou aquilo. A gente sempre se acha o suprassumo do bom mocismo e da boa consciência. Eu, fascista? Imagina. Essas coisas frequentam a cultura pop, a cultura que a gente usa no bla-bla-blá diário de uma forma que é meio insidiosa. Essas coisas fazem parte de uma sopa geral, que você acha que não existe. Quando você vai examinar não é neutro p… nenhuma. É racista, classicista, sexista… Tem uma série de intenções embutidas em gestos aparentemente neutros. Eu sou um pouco neurótico. Eu fico pensando ‘Que p… eu estou querendo dizer com isso?’ Um pouco de paranoia minha. Neurose ou paranoia? Eu não sei (risos).
Caio Gomes: Você segue algum estilo de roupas femininas? Sei lá, olha nas revistas?
Laerte: Acho que é o que eu vejo na rua e gosto. No caso de roupa feminina é mais complicado porque eu não sou uma mulher. Já aconteceu de comprar uma roupa cara, colocar no corpo e pensar “Que grande erro!”. Essa prática de usar roupa feminina é a importância da roupa enquanto linguagem. Estou tendo a oportunidade de verificar a linguagem no meu modo de ser. Um meio de expressão minha. Coisa que eu fazia de forma irrefletida com a roupa masculina. A roupa masculina tinha virado uma nãolinguagem. A roupa feminina me enriqueceu com essa oportunidade de experimentar linguagens.
Laerte assume a função de entrevistador:
O que é estar em grupo e ao mesmo tempo serem indivíduos produtores? Estar em grupo é apenas uma tática de existência do mercado? Quando é que vocês vão se largar?
Gehre: Estar em grupo na Samba foi meio instantâneo. É uma estratégia. Quando a gente viu, estava produzindo em grupo. Alguém perguntou se éramos um coletivo.
Mesquita: Uma coisa boa de trabalhar em grupo é poder aprender. Acho que eu aprendo muito com o Lucas e o Gabriel. É bom até para ter referencial do seu trabalho e ter alguém te criticando de uma maneira até menos educada.
Laerte: Posso dizer o mesmo sobre a época do Los 3 amigos. Acho que o melhor do que eu fazia era o que eu fazia com eles.
Góes: Muita gente compara a gente com uma banda. Acham que uma hora a gente vai se separar e lançar um disco solo, independentemente da banda se desmanchar ou não.
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