quinta-feira, 30 de junho de 2011

CONCESSÃO DE BOLSAS PARA TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO DA ANDI

Edital 007/05-2011
Programa InFormação
CONCESSÃO DE BOLSAS PARA TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO
SÉTIMA EDIÇÃO (2º semestre de 2011)
I. DO OBJETO
1. O presente edital estabelece as regras para a sétima edição da concessão de Bolsas para
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) no âmbito do Programa InFormação – Programa
de Cooperação para a Qualificação de Estudantes de Jornalismo;
2. O Programa InFormação é uma iniciativa da ANDI – Comunicação e Direitos, com o apoio
do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo – FNPJ;
3. Esta edição do programa de Bolsas para TCC tem a parceria estratégica do Instituto Alana,
através do Projeto Criança e Consumo;
4. O programa é gerido pela Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI.
II. DA CONCESSÃO DE BOLSAS PARA TRABALHOS DE
CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)
5. O programa de Bolsas para TCC destina-se a oferecer bolsas de estudo no valor de
R$390,00/mensais (trezentos e noventa reais por mês), durante 6 (seis) meses, para os(as)
estudantes universitários(as) que se comprometerem a realizar seus TCC sobre:
i. A interface geral entre “Criança, Consumo e Mídia” (3 bolsas);
ii. “Publicidade de alimentos e interfaces com a obesidade infantil” (2 bolsas):
Quais as relações entre a publicidade de alimentos – especialmente de produtos
com altos teores de sódio, gordura saturada, gordura trans e/ou açúcar e de bebidas
de baixo teor nutricional – e o crescente problema da obesidade entre crianças e
adolescentes? Como se configura este tipo de publicidade? Como este público
recebe este tipo de anúncio?
iii. A temática especial “Desafios para a autorregulamentação da publicidade” (2
bolsas): discussão sobre a atuação do setor empresarial no campo da
regulamentação da publicidade/marketing, especialmente das peças que se dirigem
a crianças e adolescentes. Como se estruturam os códigos de conduta definidos
pelas empresas? Qual a eficácia da regulamentação para o cumprimento das regras?
Como se comportam as entidades responsáveis (Ex: CONAR)? Quais os modelos e
alternativas estão em discussão na atualidade?
6. A sexta edição do programa oferecerá, ao todo, 07 (sete) bolsas para TCC que venham a ser
produzidos e defendidos até 31 de janeiro de 2012.
III. DA ELEGIBILIDADE
7. São elegíveis para concorrer às bolsas estudantes de graduação de quaisquer Instituições de
Ensino Superior brasileiras [as vagas podem ser preenchidas por estudantes de quaisquer
áreas do conhecimento, e não apenas comunicação ou jornalismo].
IV. DOS PROJETOS:
8. Para concorrer a uma das bolsas ofertadas, o(a) candidato(a) deve preparar, com o auxílio
de um(a) professor(a) orientador(a), um projeto para o seu TCC;
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9. Os projetos enviados serão objeto de análise e julgamento pela Coordenação de Relações
Acadêmicas da ANDI e, se necessário, comissão julgadora convidada;
10. Os projetos devem ser redigidos em fonte Times New Roman 12, espaçamento duplo,
margens à esquerda e à direita de 3cm, margens inferiores e superiores de 2,5cm, formato
A4, tendo no mínimo de 8 e no máximo de 10 páginas;
11. Todos os projetos devem conter:
i. Uma folha de rosto com o título do projeto (máximo de 200 caracteres com
espaços);
ii. O nome do(a) candidato(a), do(a) professor(a) orientador(a), a instituição de ensino
e o curso ao qual estão vinculados;
iii. Resumo do projeto (máximo de 1000 caracteres com espaços);
iv. Uma breve biografia do(a) candidato(a) (máximo 3 linhas);
v. Uma breve biografia do(a) professor(a) orientador(a) (máximo 3 linhas);
vi. Introdução;
vii. Justificativa;
viii. Objetivos;
ix. Metodologia;
x. Plano de trabalho com 6 (seis) meses de duração;
xi. Referências bibliográficas.
12. Os(as) candidatos(as) devem indicar, na parte superior da folha de rosto, qual temática
específica está mais relacionada a seu projeto: “Criança, Consumo e Mídia”, “Publicidade
de alimentos e interfaces com a obesidade infantil” ou “Desafios para a
autorregulamentação da Publicidade”.
V. DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO:
13. A eleição dos 07 (sete) projetos que serão contemplados com as bolsas para TCC dar-se-á
pela observação de um conjunto de critérios prioritários e complementares;
14. Os critérios prioritários serão:
i. O mérito acadêmico dos projetos e a observância das características de conteúdo
apresentadas pelo presente edital. Serão considerados especialmente a definição do
problema de pesquisa, a metodologia compatível com esse problema e a qualidade
da redação do projeto apresentado;
ii. Projetos que versem sobre políticas públicas destinadas à promoção e proteção dos
Direitos da Criança e do Adolescente;
iii. Projetos que estejam inseridos em pesquisas mais amplas do(a) professor(a)
orientador(a) e/ou de núcleos ou centros de pesquisas e/ou que envolvam, por sua
natureza, um número maior de alunos(as).
15. Adicionalmente a estes critérios prioritários, serão levados também em consideração outros
dois complementares:
i. Projetos apresentados no âmbito das Instituições de Ensino Superior que tiveram a
maior quantidade e melhor qualidade nas inscrições;
ii. Projetos apresentados no âmbito de Instituições de Ensino Superior que já
participem ou que manifestem o interesse (por escrito) em participar de outras
ações levadas a cabo pela Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI (como a
implementação Disciplinas Especiais, por exemplo).
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VI. DAS INSCRIÇÕES:
16. As inscrições para o programa de Bolsas de TCC ocorrerão entre os dias 20 de maio de
2011 e 20 de julho de 2011;
17. Primeiramente é necessário realizar uma pré-inscrição online no sítio do Programa
InFormação (www.informacao.andi.org.br). Para tanto, o(a) candidato(a) deve buscar pela
ficha de inscrição na área destinada às “Bolsas para Trabalhos de Conclusão de Curso”.
Após o preenchimento da ficha de inscrição completa, o candidato deverá enviar seu
projeto de pesquisa por correio eletrônico para o endereço tcc@andi.org.br.
18. SOMENTE serão aceitos projetos cujos (as) autores (as) tiverem realizado a pré-inscrição;
19. Com a pré-inscrição feita, o(a) candidato(a) tem até o dia 25 de julho de 2011 (valendo a
data de postagem) para enviar à Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI (SDS. Ed.
Boulevard Center, Sala 101, Brasília-DF, CEP.: 70.391-900) os seguintes documentos:
i. o projeto original assinado na folha de rosto e rubricado em todas as páginas
pelo(a) aluno(a) e pelo(a) professor(a) orientador(a) (não é necessário o
reconhecimento de firma em cartório);
ii. uma cópia do histórico escolar da graduação do aluno(a);
VII. DOS CONTEMPLADOS:
20. Os contemplados serão conhecidos até o dia 15 de agosto de 2011, podendo ser antecipado
o resultado;
21. O pagamento das bolsas se estenderá de agosto de 2011 até janeiro de 2012 (seis parcelas),
quando os TCC devem estar defendidos conforme as regras de cada Instituição de Ensino
Superior;
22. A bolsa de estudo de R$ 390,00 (trezentos e noventa reais) mensais será depositada,
exclusivamente, em conta bancária em nome do(a) contemplado(a) mediante o envio à
Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI de um relatório de 2 (duas) páginas
(Times New Roman 12, espaçamento 1,5) acerca do andamento do projeto, no dia 20
(vinte) de cada mês (exceto para o primeiro e o último mês);
23. A fim de receber o valor mensal da bolsa, o(a) contemplado(a), a partir de instruções
fornecidas pela Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI, deverá abrir, caso já não
possua, conta no Banco Bradesco S. A.;
24. No momento do preenchimento da ficha de pré-inscrição, o candidato deverá fornecer, no
campo indicado, um número de conta bancária – caso não possua conta no Banco Bradesco
S. A., poderá fornecer provisoriamente os dados de conta em outra instituição bancária;
25. O NÃO envio do relatório mensal resultará na retenção automática da bolsa. Os depósitos
voltarão a ser realizados normalmente somente após a regularização da pendência pelo(a)
bolsista.
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26. Cumpridas as condições do edital e do Termo de Compromisso assinado com a ANDI, os
bolsistas terão o valor mensal da bolsa de estudos depositado até o dia 30 de cada mês, ou
primeiro dia útil subsequente;
27. No primeiro mês (agosto de 2011) o pagamento será feito automaticamente, sem a
necessidade da apresentação de quaisquer relatórios;
28. No último mês (janeiro de 2012), o pagamento será feito SOMENTE após a apresentação à
Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI do Trabalho de Conclusão de Curso, em
formato digital, aprovado pela respectiva Instituição de Ensino Superior;
29. Após a conclusão dos TCC, os(as) bolsistas deverão enviar cópias impressas dos trabalhos
e cópias de eventuais produtos audiovisuais para a Coordenação de Relações Acadêmicas
da ANDI e para o Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana;
30. Os(as) bolsistas e orientadores(as) se comprometem a produzir – em até 30 dias contados a
partir da defesa de seu TCC final – um artigo inédito de cerca de 34 mil caracteres com
base no trabalho e que permitam uma divulgação mais ampla das principais conclusões da
pesquisa. Os(as) autores(as) deverão concordar em ceder os direitos patrimoniais de autor
do texto para disponibilização nos sites da ANDI e do Instituto Alana e em publicações em
formato virtual e/ou impresso que venham a ser editadas pelas organizações;
31. Caso o projeto tenha sido elaborado por mais de um(a) candidato(a), vale ressaltar que a
todos(as) será reconhecida a autoria do trabalho; entretanto, somente um, o qual deverá
preencher a ficha de inscrição, e somente ele, receberá o depósito dos recursos monetários
envolvidos no presente edital;
32. Não caberá à Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI qualquer responsabilidade
na divisão dos recursos monetários, no caso de inscrições coletivas.
VIII. DISPOSIÇÕES FINAIS:
33. Funcionários e estagiários da ANDI, organizações da Rede ANDI Brasil e do Instituto
Alana, bem como parentes dos mesmos, não poderão concorrer a bolsas deste programa;
34. O recebimento das bolsas NÃO GERA, sob nenhuma hipótese, vínculo empregatício de
nenhuma natureza com a ANDI ou com o Instituto Alana;
35. A versão eletrônica dos trabalhos produzidos comporá o “Banco de Trabalhos
Acadêmicos” do sítio do Programa InFormação, em posição de destaque;
36. Os(as) professores(as) orientadores(as) terão seus nomes publicados em todos os
comunicados públicos sobre as bolsas, seja na divulgação dos resultados ou seja na
disponibilização do trabalho para download;
37. Toda e qualquer apresentação do trabalho resultante deste programa de Bolsas, bem como
de partes deste trabalho em congressos, seminários, publicações, dentre outros espaços de
divulgação científica, acadêmica e de outras ordens, devem mencionar explicitamente o
apoio concedido pela ANDI – Comunicação e Direitos através do Programa InFormação e
pelo Instituto Alana através do Projeto Criança e Consumo;
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38. Cada um dos contemplados(as) pelas bolsas autoriza, em caráter gratuito, irrevogável e
irretratável, a ANDI – Comunicação e Direitos e o Instituto Alana, isolada ou
conjuntamente, sob qualquer meio ou forma, a divulgar: (i) seu nome; (ii) seu currículo;
(iii) sua biografia; (iv) sua imagem; (v) sua voz; (vi) seus depoimentos e (vii) seu trabalho
final (no todo ou em parte) e respectivo título;
39. Ao se inscrever no programa de Bolsas para TCC, o(a) candidato(a) automaticamente
declara que o projeto inscrito – bem como o trabalho dele resultante – é fruto de seu
trabalho original, comprometendo-se a obedecer a todos os requisitos de direitos autorais
constantes na legislação pertinente;
40. Ao se inscrever no programa de Bolsas para TCC, o(a) candidato(a) automaticamente
declara que o projeto inscrito foi produzido e o trabalho dele resultante será realizado em
concordância com o disposto na legislação referente à proteção dos Direitos de Crianças e
Adolescentes, especialmente em conformidade com a Convenção sobre os Direitos da
Criança da Organização das Nações Unidas e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
Nº 8.069, de 13 de julho de 1990);
41. Só serão considerados inscritos os projetos que atendam às exigências deste edital;
42. Os candidatos selecionados deverão assinar um Termo de Compromisso com a ANDI,
reforçando o conhecimento e concordância em relação às regras presentes neste Edital. O
NÃO cumprimento das regras do Termo, em quaisquer momentos da relação com a
Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI, implicará a devolução, com a correção
monetária devida, de TODOS os recursos eventualmente transferidos ao(à) bolsista;
43. A pré-inscrição online do projeto de Trabalho de Conclusão de Curso do(a) candidato(a)
implica, automaticamente, a aceitação de todas as regras do presente edital;
44. Todas as comunicações com a Coordenação de Relações Acadêmicas da ANDI devem se
realizar através do endereço eletrônico tcc@andi.org.br;
45. Situações não contempladas neste edital serão resolvidas pela Coordenação de Relações
Acadêmicas da ANDI, sendo suas decisões terminativas e não passíveis de recursos.
Brasília – DF, maio de 2011.
Coordenação de Relações Acadêmicas
ANDI – Comunicação e Direitos

domingo, 26 de junho de 2011

Crise na Espanha empurra imigrantes latino-americanos para o Brasil



Brasília – Entre 2003 e 2007, a Espanha recebeu dezenas de milhares de imigrantes, mas a crise econômica que persiste no país está alterando o fluxo migratório. Sem emprego no presente e sem perspectivas para o futuro, os estrangeiros procuram saídas em outros lugares. E o Brasil virou meta para os latino-americanos de baixa formação.
De acordo com quatro relatórios que investigam as respostas dos imigrantes diante da crise, o Brasil aparece entre os três destinos preferidos de sul-americanos hispânicos (junto com Estados Unidos e Argentina) como opção para conseguir emprego.
Uma pesquisa da agência de empregos Randstad revelou que 65% dos imigrantes ilegais na Espanha estão pensando ou decididos a trocar a Europa por outro mercado se não encontrarem trabalho até 2012.
Os estudos antecipam um fluxo que já pode ter começado. Em 2010, pela primeira vez nos últimos 35 anos, a Espanha registrou uma taxa de saída de população ativa maior do que a de entrada.
No ano passado, 48 mil imigrantes chegaram e 43 mil estrangeiros retornaram aos seus países de origem, mas 90 mil espanhóis também foram morar no exterior.
O ritmo de redução é tão vertiginoso que, em cinco anos, o fluxo de chegada pode ser praticamente nulo. Pelas previsões da Fundação de Estudos de Economia Aplicada, se a crise se mantiver como agora, em 2014 chegariam apenas 3 mil imigrantes.
A pesquisa Mobilidade Laboral, da Randstad, indica que a Espanha perdeu interesse para o trabalhador estrangeiro de baixa formação. A razão é o perfil desses imigrantes, cujos currículos se limitam a ofícios relacionados a áreas que não se reativam, como serviços e construção.
O setor de construção foi precisamente o que detonou a crise de desemprego. De 2008 a 2010 mais de 200 mil empresas do ramo quebraram. Elas davam trabalho a 70% dos imigrantes sul-americanos, segundo dados oficiais.
Os estrangeiros entrevistados responderam que querem sair da Espanha, mas temem crises políticas e econômicas na América Latina e só veem bonança financeira no Brasil, onde criticam a falta de segurança pública. Mas, ainda assim, estão convencidos de que se não encontrarem emprego até 2012, o caminho é o aeroporto. Estados Unidos, Brasil ou Argentina, na ordem dos mais votados.
O Brasil também aparece como opção para espanhóis de alta formação.Um estudo elaborado pela consultora Adecco e pela Universidade de Navarra indica que os espanhóis com alto grau de formação e que também foram atingidos pela crise colocam o Brasil como um dos seis destinos preferidos para emigrar por emprego.
O mercado brasileiro é visto como opção para 55% dos entrevistados, junto com Alemanha, França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Argentina.
O perfil médio dos interessados em cruzar o Atlântico é de homens, entre 25 e 35 anos, com formações em engenharia, arquitetura, informática, medicina, biologia e investigação científica.

Fonte:
http://www.brazilianpress.com/20110623/local/noticia05.htm

Moby Dick e o Público Juvenil



O jornal Público, nos últimos dois anos, contribuiu empenhadamente para o enriquecimento de muitas bibliotecas privadas. Na Colecção Mil Folhas publicaram-se dezenas de obras de qualidade inegável, recuperaram-se edições esquecidas e divulgaram-se, junto de leitores mais distraídos, nomes menos mediáticos da literatura mundial. Ontem, o mesmo jornal, iniciou a publicação da Colecção Geração Público, a qual é composta por vinte obras essenciais da biblioteca juvenil. Mais uma vez, a iniciativa aparenta ser meritória.
Mas uma leitura atenta da lista de livros da Colecção Geração revela-nos, pelo menos, uma grande surpresa: Moby Dick, de Herman Melville, encontra-se entre os vinte clássicos da literatura juvenil propostos pelo jornal (a escolha de O Fantasma dos Canterville, de Oscar Wilde, também causa alguma perplexidade, embora a ironia da situação seja recompensadora). As opções editoriais de um jornal devem ser respeitadas, mas não posso deixar me indignar com o rótulo, redutor, que os responsáveis da colecção atribuem, com esta escolha, à soberba obra de Melville.
Moby Dick, que já inspirou, há alguns meses, um pequeno texto publicado neste blogue, é um livro que exala o odor da morte, desde a primeira página: Sempre que sinto um sabor a fel na boca; sempre que a minha alma se transforma num Novembro brumoso e húmido; sempre que dou por mim a parar diante de agências funerárias e a marchar na esteira dos funerais que cruzam o meu caminho; e, principalmente, quando a neurastenia se apodera de mim de tal modo que preciso de todo o meu bom senso para não começar a arrancar os chapéus de todos os transeuntes que encontro na rua – percebo então que chegou a altura de voltar para o mar, tão cedo quanto possível. É uma forma de fugir ao suicídio. Onde, com um gesto filosófico, Catão se lança sobre a espada, eu, tranquilamente, meto-me a bordo.
Assim fala aquele que pede que o tratemos por Ismael, o marinheiro que embarca no Pequod, túmulo da sua própria tripulação. Sepulcro de todos, excepto de Ismael, que, sem um lampejo de heroísmo que ensombre a personagem observadora mas pouco interventiva, sobrevive ao naufrágio para contar a história, o Pequod é também o palco de uma das mais belas narrativas sobre a condição humana.
Todas as semanas, um livro e um herói, anuncia o jornal Público. O herói desta semana é Phileas Fogg. Quem será o herói daqui a algumas semanas, quando encontrarmos nos quiosques o volumoso Moby Dick (esperemos que, pelo menos, se respeite o texto integral)?
Será o capitão Ahab, o louco? Será aquele que ostenta no rosto o desenho da inevitável tragédia? Será aquele que, acolitado por Fedallah, o seu tenebroso duplo, persegue o leviatão, indiferente à ameaça de uma espada de Damocles que lhe toca suavemente no pescoço, e que o sangra levemente durante as setecentas páginas do romance, antes de cair impiedosamente sobre a sua nuca há muito condenada? Ou será Queequeg, que, vendo a face do terror, a crueza do destino fatal de todos os homens, antecipado pela vontade indómita de um homem, encomenda o seu domicílio final, o qual se revela, mais tarde, um protector da bem-aventurança da sua saga? (O esquife, reduto da morte, foi, afinal, o garante da imortalidade da história.)
Talvez o herói seja Moby Dick, o cachalote Todo-Poderoso, a força esmagadora e opressora que não poupa o mortal que se atreve a desafiar o seu reino (cento e quarenta anos mais tarde, Paul Auster publica Leviathan; nesse texto, assombrado pelo pesado fantasma de Melville, e que retrata a saga terrorista de uma das personagens contra réplicas da Estátua da Liberdade espalhadas pelo país, Auster deixa poucas dúvidas em relação ao carácter “hobbesiano” do seu Leviatão; e as intenções de Melville, quais seriam?).
Moby Dick não é um livro juvenil. Moby Dick faz parte, com Ulisses de Joyce e Em Busca do Tempo Perdido de Proust, de um conjunto de romances que exigem maturidade para oferecerem maturidade (para afastar qualquer suspeita de sobranceria devo dizer que as obras de Joyce e Proust ainda descansam quase incólumes aqui ao lado, esperando outros tempos, outras idades). Desaconselho Moby Dick ao leitor juvenil? Não, as trevas que abraçam a vida, que a embalam e adormecem, para melhor a asfixiar, devem ser conhecidas e identificadas desde tenra idade. Mas aconselho releituras, no futuro, em todos os futuros. Porque os Grandes Romances, aqueles que só aparecem em lugares e em tempos abençoados, são como objectos fractais: o incremento da escala não lhes diminui a riqueza. Os Grandes Romances resistem à evolução intelectual, quiçá ad infinitum.
Fonte:

quarta-feira, 22 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

A Casa D’ Itália é uma instituição cultural



A Casa D’ Itália é uma instituição cultural, filantrópica, educacional e
recreativa, sem fins lucrativos, com o objetivo de incrementar promover,patrocinar e favorecer as ações que incrementam as relações entre o Brasil e a Itália, bem como ministrar cursos de cultura e língua italianas, paratodos os níveis, do básico a conversação, com ênfase na proficiência em métodos e sistemas reconhecidos oficialmente.O quadro profissional é constituído por profissionais nativos e devidamente capacitados para o ensino do idioma italiano. O método empregado prevê a utilização de livro texto oficialmente adotado e material didáticoselecionado pelos professores com o objetivo de enriquecimento do conteúdo ministrado e contato com a verdadeira realidade italiana.


A famiglia Casa D’Italia agradece a sua atenção e coloca-se a disposição
para esclarecer quaisquer dúvidas.




Casa d'Italia

secretaria@casaditaliadf.org.br

www.casaditaliadf.org.br

(61) 3443-1747

Autor do agBook é candidato ao prêmio Jabuti de literatura de 2011


O professor do curso de Mecânica do Campus São Paulo, Roaldo Tonhon Filho, autor do livro “Ensino superior & mercado de trabalho - engenheiros no Brasil’, aborda, na sua publicação, a evasão nos cursos de Engenharia. A evasão na educação profissional foi discutida durante o Fórum de Educação Profissional do Estado de São Paulo, realizado em 31 de maio no Conselho Regional de Química – IV Região. Graduado em Engenharia, Roaldo possuilato sensu em Administração em Marketing e mestrado em Administração, Educação e Comunicação.

Sua dissaltertação de mestrado focou o ensino superior e o mercado de trabalho, com ênfase aos cursos de Engenharia. O trabalho, defendido em 2010, virou livro e é candidato ao prêmio Jabuti de literatura de 2011.

A obra identifica as origens da evasão. Entre elas, a redução na relação candidato/vaga nas instituições de ensino superior, reflexo da redução do crescimento populacional na faixa etária correspondente aos egressos no período vigente, associada ao crescimento das instituições de ensino superior e o aumento no numero de vagas disponíveis, motivado pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

“A redução da relação candidato/vaga, dada a seleção ser menos apurada, torna o egresso uma matéria prima de mais baixa qualidade, a ser moldado pela instituição. Sem contar a flexibilidade curricular para adaptações de um curso de Engenharia. Antes, o curso era em período integral. O aluno se dedicava exclusivamente. Hoje, existem cursos noturnos. O aluno chega cansado após um período exaustivo de trabalho”, observa Roaldo Tonhon Filho.

Para acompanhar o desenvolvimento tecnológico em suas especialidades, as instituições precisam concentrar esforços em poucas modalidades, tornando-se cada vez mais especialistas e trabalhando em conjunto com empresas no atendimento das necessidades individuais para o mercado.

A exigência de acompanhar conhecimentos em ritmo acelerado e a falta de reciclagem dos professores nas especificidades técnicas ministradas também causam a evasão dos alunos, principalmente durante os primeiros ciclos, quando os estudantes percebem que os cursos não preenchem as necessidades de conhecimento que ele necessitaria para atender às exigências do mercado de trabalho. “As mudanças que aconteceram nos últimos 30 anos equivalem às mudanças que ocorreram ao longo de toda a história da humanidade”, detecta o professor.

O autor defende que os cursos não preenchem as necessidades de mercado porque perderam o foco e a qualidade específica. Ele relata que se surpreendeu com a onda de evasão, antes comum nas instituições particulares de ensino superior e presente hoje nos centros universitários públicos de excelência. “Tornam-se necessárias medidas acertadas. Não há tempo para experimentos. As mudanças são essenciais para a sobrevivência das instituições de ensino superior”.

Informações sobre o livro:
Título: Ensino superior e mercado de trabalho – engenheiros no Brasil
Autor: Roaldo Tonhon Filho
Número de páginas: 224
Edição: 1ª1(2010)
ISBN: 978-85-911591-0-9

Compra: Site do agBook
http://www.agbook.com.br/book/34743--Ensino_Superior__Mercado_de_Trabalho_Engenheiros_no_Brasil
Fonte: Instituto Federal São Paulo
Postado:
 http://agbookbr.blogspot.com/2011/06/autor-do-agbook-e-candidato-ao-premio.html

Gersion de Castro, um de nossos mais dinâmicos agentes de leitura é destaque na crônica de Ana Miranda no Correio Braziliense


A
palavra Paranoá sempre me pareceu misteriosa, em suas origens indígenas ligadas à construção de uma barragem, que meu pai, engenheiro de terras, acompanhava com fascínio. Para mim, significava apenas água. Quando menina, eu andava pelo Paranoá aos domingos, quando íamos a uma churrascaria feita em tábuas,
à beira do recém-nascido lago. Era um barraco modesto, onde se servia boa comida, e o Juscelino vez em quando almoçava lá, motivo que mais atraía meu pai àquele recanto. Eu gostava da churrascaria, dali podia olhar a paisagem de cerrado emoldurando a água que me fazia reaver o mar de minha infância anterior.
A presença da água sempre me causou a sensação de amplitude e devaneio.
               Também fazíamos passeios à barragem ainda em construção, onde havia um rancho com mesas toscas e bancos, destinado a piqueniques. Levávamos uma cesta com farnel, tomávamos banho no lago e almoçávamos. Programa fascinante, mesmo pelos perigos, papai recomendava: Cuidado com as cobras. Não nadem para muito longe. Mas nadávamos para muito longe, e caminhávamos pelas margens, descalças, indiferentes às cobras, jacarés ou dragões. Era quase uma viagem, tão distante parecia de nossa casa, por trilhas que vencíamos no jipe, aos solavancos. Saíamos cedinho, aquela família típica da cidade, nordestina, empoeirada, moradora das primeiras “residências populares” quando tudo ainda estava em construção.
               Também me recordo de quando fui visitar uma amiga que morava numa das casas da vila Paranoá, e nesse dia jogamos um jogo literário, emque era preciso se formar palavras com as letras avulsas. Como sempre tive proximidade com as palavras eu me saí bem no jogo, e fui tão elogiada pela diversidade do que conseguia compor, que o momento ficou marcado na minha lembrança. Quem foi essa amiga? Era loura, e a sua casa, de madeira. Jogávamos numa sala ampla, sentadas no chão. Lembro das peças pequenas, das letras maiúsculas ou minúsculas, mas lembro mais do sentimento, aquele prazer de sentir habilidades mentais, para uma mosquinha tímida que nada esperava de si mesma, nos confrontos.
                A vila Paranoá era moradia de trabalhadores que construíam a barragem. Eles habitavam barracões compridos e paralelos, ou casas de madeira de obra, afastadas entre si por campos de poeira vermelha, por quintais com árvores de cerrado. Havia uma escola, também em tábuas, um campo de futebol, crianças brincando soltas como todas as crianças de Brasília, uma igrejinha, caminhões, tratores estacionados, lavadeiras com trouxas de roupa, alguém que tocava violão, e todas essas coisas que tornam humano um bairro, na pureza da sua espontaneidade.
                Chegou às minhas mãos um livro, claro, enviado pelo poeta, com pinturas desse idílico acampamento que hoje só existe em nossas recordações. O pintor é Gersion de Castro, nascido na vila do IAPI, em 1960, filho de carpinteiro vindo da Bahia, e que passou sua  infância na vila do Paranoá, à qual dedicou um amor primevo. Pinturas de cores inebriantes e paradisíacas, uns azuis fabulosos, luzes da manhã, do entardecer, da madrugada, tudo retratado com sentimento e fervor. As pinturas de Gersion nos levam ao cotidiano e à paisagem da gente que vivia ali, lugares de memória, e comprovam que havia mesmo algo de poético, algo de singular naquela aldeia, talvez relacionado a sua proximidade com a água.
amliteratura@hotmail.com
AnaMiranda
amliteratura@hotmail.com
















"Investimento de R$ 2,92 milhões incentiva leitura na Bahia"

Paula Gamper

"Investimento de R$ 2,92 milhões incentiva leitura na Bahia"

Texto publicado no Diário Oficial do Estado da Bahia, em 21 de junho de 2011 - 


O incentivo à leitura na Bahia ganhou um reforço de R$ 2,92 milhões em prêmios, entregues ontem no Palácio da Aclamação a 146 projetos de 96 municípios dos 26 Territórios de Identidade da Bahia, por meio do edital de Apoio aos Pontos de Cultura, que integra o Programa Mais Cultura.

O Governo do Estado investiu R$ 2,36 milhões e o Ministério da Cultura (MinC) integrou uma contrapartida de R$ 360 mil, para ampliar as perspectivas de inclusão social, com o fortalecimento da prática da leitura, e promover a formação de redes sociais e culturais.

O designer Augusto Leal, do município de Simões Filho, é o autor de um dos projetos vencedores - a Bibliocicleta, uma biblioteca itinerante construída com materiais recicláveis e que tem capacidade para transportar em torno de 200 e 300 livros.

Ele planeja investir os R$ 20 mil do prêmio na capacitação de jovens carentes em oficinas destinadas à construção de mais unidades da Bibliocicleta, "A proposta foi criar um objeto que disseminasse a leitura e fosse fácil de ser construído e replicado, levando a prática para comunidades carentes".

Segurança - O governador Jaques Wagner considera que iniciativas como a de Augusto têm reflexos em diversas áreas, inclusive a Segurança Pública. Segundo ele, "a Segurança é um assunto sempre em pauta e tem dois focos. Um deles é cuidar de quem já está no descaminho, com a gestão das penitenciárias, delegacias, melhoramento das polícias. O outro é cuidar dos que não estão no descaminho para que não entrem, dando acesso à cultura, à arte, à educação".

Para o governador, "é um orgulho que tenha sido lançado este edital para o qual foram inscritos 252 projetos. A gente não visa somente bens patrimoniais, mas também arte, cultura e educação. Temos uma caminhada para que mais de um milhão de baianos possam saber ler, interpretar e se comunicar", enfatizou, referindo-se ao programa Todos pela Alfabetização (Topa), que está na sua segunda fase, com livros enviados pelos correios para estimular a leitura entre os ex-alunos do programa.

Novo edital - O diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro, anunciou que, dentro de dois ou três meses, será aberto outro edital para a seleção de mais 114 projetos. "É um projeto que não pára. Nem a Bahia nem o Brasil vão dar salto nenhum sem a leitura", disse.

Em julho serão escolhidos 570 agentes de leitura, que receberão uma bicicleta, uma farda e 100 livros cada um para difundir a prática da leitura em comunidades carentes.

Na avaliação do secretário da Cultura, Albino Rubim, o investimento do Programa Mais Cultura é fundamental porque significa que haverá um conjunto grande de Pontos de Leitura espalhados pelo interior. Ele lembrou que a secretaria tem uma ação forte na capital e, justamente por isso, foram avaliadas para a escolha, além da qualidade das propostas, a distribuição no estado.

Mais beneficiados - A política de interiorização é o que levou o prêmio para a Associação de Quilombolas da Pastoral dos Índios e dos Negros de Riacho de Santana. "A proposta principal do projeto é investimento em material de leitura, com uma relação de títulos prioritariamente regionais. Vamos investir também em mesas, cadeiras e outros equipamentos para garantir a continuidade do trabalho desenvolvido com os jovens e adultos", afirmou a presidente da associação, Maria Lúcia de Jesus.

O acervo da associação, explica Maria Lúcia, é pequeno e a entidade não tinha uma referência. "Como Ponto de Leitura, nós vamos ter uma nova perspectiva para a ampliação. Por meio da leitura podemos construir de fato a cidadania e enriquecer a cultura".

Verbis Editora abre o forno com novos títulos

 "É com grande prazer que a Verbis Editora divulga seus mais recentes títulos, incluindo obras sobre temas nacionais e internacionais, nas áreas jurídicas, artes, ciências sociais e cultura."
 R$ 40,00 Os textos publicados nesta coletânea constituem uma primeira fornada de monografias produzidas no âmbito do projeto de pesquisa sobre as artes populares do Planalto Central do País, desenvolvida nos dois últimos anos, por pesquisadores do Laboratório Transdisciplinar de Estudos sobre a Performance – TRANSE, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília.O projeto de pesquisa tem contado com a colaboração do CNPq (auxílio à pesquisa e bolsas de iniciação científica), do Decanato de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB), do Departamento de Sociologia (SOL) e do Instituto de Ciências Sociais (ICS) desta mesma universidade. Os artigos foram escritos a partir de etnografias, elaboradas com base em trabalhos de campo, cuja principal característica foi o uso da observação participante e o registro audiovisual das performances culturais focadas. Trata-se de trabalhos de pesquisadores de diferenciados níveis de titulação e experiência (desde doutores e mestres até estudantes de graduação beneficiários de bolsa de iniciação científica). Naturalmente, tal heterogeneidade está refletida no tratamento aplicado a cada artigo e seu tema. Todos possuem vínculos com o Departamento, seja como alunos ou como professores, como pode ser notado nas suas identificações. A Coletânea foi organizada também a partir da estrutura do projeto que lhe nomeia. No primeiro capítulo, são tratadas as questões teóricas centrais que nortearam a pesquisa acerca das relações que se podem estabelecer entre performance e identidade, em artigos escritos pelos coordenadores da pesquisa, isoladamente ou em co-autoria. São artigos já publicados em periódicos nacionais e apresentados em diversos fóruns acadêmicos que foram escritos no decorrer da pesquisa.
R$ 27,00 Os Outros é um livro de ensaios que, semelhante a uma colcha de retalhos, principia criando um cenário onde se contorcem atores e circunstâncias, invocados e interpretados a partir do lugar ambíguo denominado “entre séculos”. Essa paisagem cospe obsessões individuais e coletivas mascaradas de preocupações da época. Inicia-se, cúmplice de mistificações que asseguram estarmos em pleno processo de transição a um mundo qualitativamente diferente do conhecido, esmagado pelos fracassos de grande parte dos intentos de humanização da sociedade, vociferando um realismo analítico que se diz verdadeiro plágio de alguma coisa identificada com a realidade.  Se o pressuposto do qual parte este livro é o de estarmos vivendo uma transição, esse espaço inventado transforma-se num vir a ser nebuloso. É a transição mesma que emerge como retalhos, devido à prematuridade, para colocar-lhe ordem no caos. É nessa atmosfera que somos impelidos a viver, onde procuramos editar e reeditar sentidos de permanência e transcendência e na qual se fala da época. Assim, do caos aparente da transição, surgem os problemas que acabarão dominando doentiamente o espírito, obsessões destinadas a fixar, de algum modo, o turbilhão da mudança histórica.Os Outros fala de mazelas, procuras incestuosas, mistificações construídas sob o discurso da libertação, abandonos sociais, jogos que se confundem com violência e violência que se confunde com jogos. Fala dos medos, os herdados e os  construídos; o medo dos outros, que acaba sendo o medo de si mesmo
R$ 45,00 Pretende-se neste livro traçar um panorama de correlações possíveis entre as disposições afetivo-corporais – a tornar-se coisa e/ou mesmo mercadoria – com outros fatores étnico-históricos, no contexto histórico em que os bens simbólicos, monetariamente acessados, assumem relevância institucional e, igualmente, nas experiências, em se tratando do Brasil. Portanto, o horizonte histórico e hermenêutico em questão é o estágio em que a forma de vida – resultante do ajuste entre estrutura social urbano-industrial e de serviços e sociedade de consumidores – se naturaliza como o real plausível e palpável. E, deste modo, internaliza-se nos fazeres, ao compor as disposições afetivas e espaciais que estruturam ações e interações e, logo, informam a constituição de subjetividades, em sintonia com uma coordenação das relações sociais fundada na antecedência moral da escolha dos consumidores.  Tendo, por fio comum, o tema do consumo cultural, a tônica analítica dos onze textos inéditos, aqui reunidos, recai na maneira como – inscritas nas redes pelas quais se desenrolam os fluxos de informação e os circuitos de acesso e uso de bens, conformando mercados e circuitos de produção e consumo de bens de significação – as práticas culturais estabelecem duetos entre significações e esquemas/procedimentos pragmático-utilitários na sociedade de consumidores. Duetos nos quais modos de vida, meios de sobrevivência e formas de expressão e comunicação envolvem, incontornavelmente, dinheiro e moralidades
R$ 25,00 Esta obra objetiva apresentar a definição de Sistema Jurídico, com base nos textos dos jusfilósofos Hans Kelsen, Tércio Sampaio Ferraz Júnior, Emil Lask e Lourival Vilanova, por meio de relação dialógica, na qual o emissor pretende que o assunto seja compreendido e assimilado pelo destinatário (juristas, jovens advogados, magistrados, estudiosos de Direito) e não apenas por filósofos.

domingo, 19 de junho de 2011

Cinzas de Saramago adubam oliveira centenária em praça de Lisboa



18/6/2011 12:54,  Por Redação, com agências internacionais - de Lisboa
Saramago
Viúva de Saramago, Pilar del Rio deposita as cinzas do corpo de Saramago, morto há um ano
Os restos mortais do escritor português JoséSaramago jazem, a partir deste sábado, aos pés de uma oliveira centenária, trazida de sua aldeia natal, Azinhaga do Ribatejo, e transplantada numa praça de Lisboa, no primeiro aniversário de sua morte. Os restos do Prêmio Nobel de Literatura 1998, que partiu daqui em uma ilha espanhola aos 87 anos, descansarão em frente à Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago, que abrirá suas portas em novembro, na praça lisboeta Campo das Cebolas, às margens do rio Tejo.
A viúva de Saramago, a também escritora e tradutora espanhola Pilar del Río, numerosas personalidades do mundo da cultura e da política, assim como admiradores do autor comunista participaram da cerimônia concluída com homenagens ao criador de O Evangelho segundo Jesus Cristo e Ensaio sobre a cegueira, entre tantos livros. Um romance inédito que Saramago concluiu em 1953, mas que não quis publicar em vida, será editado em Portugal no final do ano, anunciou nesta semana sua editora.
Em 2008, a obra Ensaio sobre a Cegueira (1995) foi transformada em filme pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles. O longa teve Julianne Moore e Mark Ruffalo como protagonistas. O escritor, um dos maiores nomes da literatura contemporânea, também foi contemplado com um Prêmio Camões.
Entre as obras publicadas por Saramago estão: Manual de Pintura e Caligrafia (1977), Levantado do Chão (1980), Memorial do Convento(1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1986), A Jangada de Pedra(1986), História do Cerco de Lisboa (1989), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991),Todos os Nomes (1997), A Viagem do Elefante (1999), O Homem Duplicado (2003), As Intermitências da Morte (2005) e Caim (2009). Antes de morrer, José Saramago lançou uma nova edição de A Jangada de Pedra e toda a renda arrecadada com as vendas foi revertida para as vítimas do terremoto no Haiti. O preço total do livro, 15 euros, foi doado ao fundo de emergência da Cruz Vermelha do país.
Comunista e democrata convicto, José de Sousa Saramago nasceu no dia 16 de novembro de 1922, na aldeia portuguesa de Azinhaga, província de Ribatejo. Filho dos camponeses José de Sousa e Maria da Piedade, mudou-se para Lisboa aos 2 anos, onde viveu grande parte de sua vida. Em seu livroAs Pequenas Memórias (2006), o escritor conta que Saramago era, na verdade, o apelido pelo qual seu pai era conhecido na aldeia, e também o nome de uma planta que serve de alimento aos pobres quando há escassez de comida.
Publicou o seu primeiro livro, Terra do Pecado, em 1947. Em 1980, lançouLevantado do Chão, considerado seu primeiro grande romance. Em 1991, publicou o polêmico O Evangelho Segundo Jesus Cristo, que foi censurado pelo governo português, levando o autor a se exilar na ilha de Lanzarote até o fim de seus dias.
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