terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Macunaíma, de Mário de Andrade, está em domínio público a partir de 2016

Criado em 04/01/16 22h35 e atualizado em 05/01/16 11h15
Por Líria Jade Edição:Gesio Passos Fonte:Portal EBC

Em 2016, um dos maiores clássicos da literatura brasileira, Macunaíma, de Mario de Andrade, entrou em domínio público. Isso acontece porque o primeiro dia do ano é "tradicionalmente" o Dia do Domínio Público e as obras podem ser usadas livremente por qualquer pessoa, sem restrições ou necessidade de pagamento ou autorização. Isso significa que a obra poderá ser copiada, xerocada, reproduzida e adaptada livremente, assim como todas as outras do autor modernista.
As regras de domínio público variam de acordo com o país. No Brasil, de acordo com a legislação, as obras ficam livres de direitos autorais no primeiro dia do ano seguinte em que se completam 70 anos da morte do autor. Logo, todas as obras de Mário de Andrade entram em domínio público neste ano.

Mário de Andrade

O escritor brasileiro morreu em fevereiro de 1945. Ele foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo e figura-chave do movimento modernista que culminou na Semana de Arte Moderna de 1922. O escritor foi um dos integrantes do “Grupo dos Cinco”, que deu início ao modernismo no Brasil, formado também por Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti Del Picchia.
A descentralização da cultura é um dos objetivos do Modernismo e pode ser percebida na obra de Andrade. Suas obras mais conhecidas são o livro de poesias “Pauliceia Desvairada”, que inspirou a Semana Moderna, e os romances “Amar, verbo intransitivo”, de 1927, e “Macunaíma”, de 1928.
Seu livro mais conhecido, “Macunaíma”, busca uma valorização da cultura nacional. A obra foi adaptada para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade em 1969, com Grande Otelo interpretando o protagonista. 

Conheça a obra “Macunaíma”

Ao nascer, Macunaíma manifesta sua principal característica: a preguiça. O herói vive às margens do mítico rio Uraricoera com sua mãe e seus irmãos, Maanape e Jiguê, numa tribo amazônica. Após a morte da mãe, os três irmãos partem em busca de aventuras. Macunaíma encontra Ci, Mãe do Mato, rainha das Icamiabas. Depois de dominá-la, com a ajuda dos irmãos, faz dela sua mulher, tonando-se assim imperador do Mato Virgem.
O herói tem um filho com Ci e esse morre, ela morre também e é transformada em estrela. Antes de morrer dá a Macunaíma um amuleto, a muiraquitã (pedra verde em forma de sáurio), que ele perde e que vai parar nas mãos do mascate peruano Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã, comedor de gente. Como o gigante mora em São Paulo, Macunaíma e seus irmãos vão para lá, na tentativa de recuperar a muiraquitã.
Depois de muitas aventuras por todo o Brasil na tentativa de reaver a sua pedra, o herói a resgata e regressa para a sua tribo.
Ao fim da narrativa, após uma vingança, ele perde a pedra de novo, dessa vez sem chance de recuperação. Cansado de tudo, Macunaíma vai para o céu transformado na Constelação da Ursa Maior.

Domínio Público

Quando dizemos que uma obra entrou em domínio público significa que, se você copiar o trabalho, não vai mais estar infringindo direitos autorais. As pessoas podem reproduzir, copiar, criar obras derivadas, remixar e o que mais lhe vier à cabeça.
Domínio público, no Direito da Propriedade Intelectual, é o conjunto de obras culturais, de tecnologia ou de informação (livros, artigos, obras musicais, invenções e outros) de livre uso comercial, porque não são submetidas a direitos patrimoniais exclusivos de alguma pessoa física ou jurídica, mas que podem ser objeto de direitos morais.
Em geral, os países tornam uma obra pública no primeiro dia do ano seguinte em que se completam 50 ou 70 anos da morte do autor.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Bibliotecários posam nus em calendário para criar nova Biblioteca da Diversidade












Bibliotecários posam nus em calendário para criar Biblioteca da Diversidade

Fundador busca arrecadar fundos para compra de espaço na Asa Sul e acredita que o aumento de visibilidade do projeto por meio da venda do calendário e de outros produtos no futuro trará doações






Com o objetivo de arrecadar fundos para a criação da Biblioteca da Diversidade em Brasília, 12 bibliotecários e estudantes da área posaram sem roupa para o calendário de 2016 que financia o projeto. A ideia é de Cristian Santos, que trabalha na Biblioteca da Câmara dos Deputados e cita o incômodo com a violência contra minorias como motivação para fundar o espaço. “A violência contra minorias é um problema no Brasil todo e ela tem como motivação o ódio. E o ódio tem como fundamentação a ignorância”, afirma. Para ele, bibliotecas e o acesso à informação têm um poder transformador. Os modelos são de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Amazonas.

“Quero criar um espaço que enalteça a diversidade como elemento fundamental do ser humano, seja de cor, religião ou sexualidade, para fomentar o respeito e a empatia”, disse Santos em entrevista ao Correio. O bibliotecário citou principalmente a violência contra homossexuais e contra religiões de matriz africana. Lembrou ainda os incêndios em centros de umbanda e candomblé no Distrito Federal, além do caso da adolescente apedrejada quando saía de um culto, no Rio de Janeiro.
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O objetivo é comprar uma loja nas quadras 500 da Asa Sul e criar um acervo de literatura que atenda as necessidades da comunidade LGBT e outras minorias. “A biblioteca não será exclusiva para essas comunidades, todos são bem-vindos”, ressalta Cristian Santos. O bibliotecário afirma ainda que tudo vai ser gratuito. “A intenção é oferecer à comunidade brasiliense tudo que uma biblioteca comum tem, mas com diferenciais: palestras e filmes voltados pra essas duas grandes comunidades.”

Mas para o sonho se tornar realidade ainda há um grande obstáculo: os terrenos na região custam cerca de R$ 2 milhões, segundo o bibliotecário. Santos junta, há um ano, metade do próprio salário para financiar o projeto. O lucro do calendário, ressalta, será simbólico: apenas R$ 12,4 mil se todos os 300 exemplares forem vendidos.

Santos acredita que o aumento de visibilidade do projeto por meio da venda do calendário e de outros produtos no futuro trará doações. “Espero que uma pessoa generosa, um empresário ou até o Estado queira nos doar uma casa ou terreno. Creio que em 2016 conseguimos um milagre”, afirma.

Enquanto o espaço ainda não é viável, o acervo da Biblioteca da Diversidade já começa a ser construído e fica na casa de Cristian Santos. Ele conta que já recebe interessados pelo projeto na sua casa, onde guarda os livros e tem um escritório e uma sala de reuniões. Desde o início da divulgação, o bibliotecário já recebeu ofertas de doações de editoras, inclusive dos Estados Unidos e da França.

Para comprar o calendário, conhecer o projeto ou oferecer doações, entre em contato com o fundador Cristian Santos bibliotecadadiversidade@gmail.com ou (61) 8347-1304.