domingo, 28 de agosto de 2011


Como começar a escrever?



Escrever para ser publicado é diferente de escrever para si próprio.
Quando escrevemos para nós mesmos, como um diário ou reflexões, estamos usando a escrita para pensar. É um ótimo método para esclarecer questões, visto que no papel mesmo as situações mais complicadas vão se organizando. Não é à toa que tantos terapeutas sugerem a seus clientes escreverem um diário. É muito bom para a cabeça produzir textos sobre o que é importante para nós.
Quando escrevemos para ser publicados, estamos escrevendo para outras pessoas. O foco passa a ser a necessidade dos leitores e não mais as nossas como escritores.
Quando escrevemos para nós, está certíssimo preenchermos nove páginas pesando os prós e os contras de determinada pessoa por quem estamos interessados. Quando escrevemos para os outros, precisamos cortar tudo que não seja interessantíssimo e contribua para o andamento da história, o que provavelmente transformaria todas aquelas dúvidas em um único e curto parágrafo.

É um difícil exercício escrever para ser publicado, porque em geral a gente gosta do que escreve, acha tudo importante e pensa que todo mundo vai gostar também.

Só que isso não é verdade. As pessoas selecionam os livros de acordo com o que estão passando, as dificuldades que estão vivendo. Algo fascinante para nós pode ser o máximo do tédio para um leitor.

Por outro lado, não podemos ter medo. Escrever para os outros é um ato de coragem, de se expor. Quanto mais honestidade a gente coloca no texto, quanto mais ridículo e perdido a gente se apresenta, tanto mais fácil os leitores gostarem da gente.

Quando escrevemos, temos também muita ansiedade a respeito do resultado. Queremos ficar famosos, ser elogiados, de repente até ganhar um dinheirão. É bom saber que a maioria dos escritores não fica nem rica nem famosa, e que nenhum escritor conhecido fez sucesso com o primeiro livro. Nenhum mesmo!

Portanto, vá com calma. Faça o que pode, não pense nos resultados, e vá escrevendo um pouco sempre. Querer escrever o primeiro livro e imaginar que ele vai ser o próximo Harry Potter é pedir para ficar decepcionado. É bem melhor publicar um artigo numa revista aqui, um poema numa coletânea ali e não ter expectativas loucas.

Mas como podemos saber o que dá para ser publicado?

Existem alguns requisitos mínimos para produzir um texto publicável, isto é, que venha a interessar um editor. Se cumprirmos todos, isso não é garantia de que nosso texto será aceito por um editor, mas já é meio caminho andado!

Abaixo estão algumas sugestões para fazer com que os seus escritos fiquem bons:


• Prestar atenção ao que está acontecendo em volta.
A escrita que mais interessa é aquela que fala das preocupações, angústias e felicidades das outras pessoas – e não só as suas – hoje. Os editores desejam obras conectadas com o público, que falem do que importa.
• Falar do que conhece.
Se você é um adolescente que mora numa cidade do interior e nunca viajou para fora do país, não pode escrever uma aventura que se passe em Paris. Vai parecer falsa. Nem dar conselhos para os mais velhos. Você tem de falar do que entende, do que já viveu em primeira mão, do que conhece muito bem.
• Ler muito.
Para escrever bem, você precisa ler todo tipo de literatura, inclusive novos autores brasileiros, romances esquisitos de autores de quem você nunca ouviu falar, arriscar poetas novos. Se você não souber o que os outros estão pensando e publicando, será difícil escrever algo criativo e diferente.
• Escrever muito e sem erros.
Para escrever bem, é preciso escrever todo tipo de coisa, inclusive cartas e emails, com clareza e sem erros ortográficos. Não adianta pensar que o corretor ortográfico ou o revisor vai corrigir seus erros, você precisa saber o que é certo, qual palavra é a melhor numa frase.
• Passar por um crivo de leitores críticos.
Sua mãe não vale, nem seus primos. O que é preciso é ir expondo seus textos a vários leitores que não tenham nenhuma amizade por você e possam fazer críticas. Um site na internet, um artigo numa revista podem dar o tipo de resposta que você precisa. Mas não adiante ficar pescando elogios, é preciso pescar os problemas para saber onde melhorar!
• Jogar fora nove décimos do que originalmente escreve.
Você mesmo tem de selecionar o que é bom e o que é mediano entre os seus escritos, não adianta achar que tudo merece virar livro porque ninguém escreve só maravilhas. Até Guimarães Rosa deixou um monte de coisa na gaveta...
• Amar a língua portuguesa.
A escrita é para aqueles que amam a língua. Não dá para escrever um livro querendo fazer um vídeo ou ficando com preguiça de aprender novas palavras. A língua é a ferramenta do escritor. Como o pintor ama as tintas, o escritor precisa ter fascínio pelas palavras.
• Confiar em si mesmo.
Quando você escreve, acredita que tem algo a dizer. Continue acreditando sempre nisso e busque a melhor maneira de ser autêntico. Editores querem escritos verdadeiros, não materiais artificiais montados para agradar. Faça com o coração que é sempre mais verdadeiro.
Fonte:

Anita Garibaldi



Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Aninha do Bentão e posteriormente como Anita Garibaldi, nasceu em 30 de agosto de 1821

30/06/2006 | Enviar | Imprimir | Comentários: 17 | A A A
Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Aninha do Bentão e posteriormente como Anita Garibaldi, nasceu em Laguna, atualmente Morrinhos – SC, em 30 de agosto de 1821, vindo a morrer com apenas 28 anos em 04 de agosto de 1849. Viveu pouco tempo, mas entrou para a história, numa época em que a mulher era vista como um ser submisso e de poucas decisões. Seus gestos de bravura e coragem, quando em defesa de seus ideais de liberdade, lhe renderam o título de Heroína dos Dois Mundos – que lhe foi atribuído em função de ter lutado primeiramente aqui no Brasil e ter morrido lutando na Itália, por sua unificação.
Anita era filha de Bento Ribeiro da Silva e Maria Antônia de Jesus, de quem herdou a energia e a coragem pessoal, revelando desde criança um caráter independente e obstinado. Casou-se aos 14 anos por insistência materna, com Manuel Duarte de Aguiar. O curto matrimônio, sem afinidades e sem filhos, revelou-se um fracasso seguido de separação. Já aos 18 anos conheceu Giuseppe Garibaldi, que havia chegado com as tropas farroupilhas de Davi Canabarro e Joaquim Teixeira Nunes para tomar a Laguna em julho de 1839, fundando a República Juliana dos Cem Dias. Garibaldi chegara a Laguna com fama de herói pelo grande feito que acabara de realizar ao transportar, por terra, as duas embarcações Farroupilha e Seival de Capivari a Tramandaí e pelo posterior salvamento do naufrágio da Farroupilha ao sul do Cabo de Santa Marta. A Revolução Farroupilha eclodiu na noite de 19/09/1835, quando Bento Gonçalves da Silva avançou com cerca de 200 farrapos (ala dos exaltados, que queriam províncias mais autônomas, unidas por uma república mais flexível) sobre a capital Porto Alegre (que na época tinha cerca de 14 mil habitantes) pelo caminho da Azenha. A revolta deu-se como protesto contra os elevados impostos cobrados no local de venda (normalmente outros Estados) sobre itens (animais, couro, charque e trigo) oriundos das estâncias do Estado. Charqueadores e estancieiros reclamavam, ainda, de outros impostos: sobre o sal importado e sobre a propriedade da terra.
Daí surgiria um dos mais belos romances de amor e dedicação incondicionais. Com Giuseppe, Anita participa das lutas em Imbituba, na tomada de Laguna, e em Curitibanos, onde foi capturada. Conseguiu fugir e, em Lages, às margens do Rio Pelotas, atuou como enfermeira para os poucos sobreviventes.Da união de Giuseppe e Anita nasceram quatro filhos: seu primogênito Menotti, o único que nasceu no Brasil – Rio Grande do Sul; e nos anos seguintes Rosita, Teresita e Riccioti, que nasceram na capital uruguaia. Rosita morreu quando tinha apenas dois anos e meio, vítima de um ataque de difteria.
A morte prematura de Anita causou muito sofrimento não só a Giuseppe, mas também aos compatriotas italianos, liberais uruguaios, farrapos brasileiros e republicanos dos dois continentes. Muitas dúvidas ainda hoje restam sobre a doença que causou a morte de Anita. Um dos médicos que analisaram o ocorrido, Dr. Pietro Nannini, afirmou inicialmente que Anita foi vítima de uma grave febre perniciosa. Mais tarde, no entanto, faria referência à doença como uma febre terciária simples. Antes de chegar a Roma, tinha passado por Maremma, que havia sofrido uma invasão de anófeles, insetos que transmitem a malária. Naqueles dias, diversos soldados foram vitimados por esta doença. A tuberculose, lesão pulmonar, congestão intestinal e tifo das montanhas foram outras causas mortais atribuídas por diversos estudiosos e pesquisadores. As evidências, entretanto, apontam para o impaludismo.
Apesar de se tratar de uma heroína que morreu há mais de 150 anos, sua memória é guardada até hoje. Anita Garibaldi empresta seu nome a dois municípios em Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis, a uma Praça em Curitiba – PR, e a uma fundação que tem o objetivo de zelar e restaurar o acervo histórico, estimular a pesquisa e os aspectos culturais que tiverem relação com a vida de Anita Garibaldi. No Rio de Janeiro, existe também uma rua com o seu nome. A brasileira é citada inúmeras vezes em comunidades da rede de relacionamentos virtual Orkut, ferramenta muito utilizada por jovens na faixa dos 20 anos de idade, que com sua iniciativa e seus comentários mostram admirar e ter como exemplo os feitos dessa grande personagem.

Fonte:

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Meio literário da Baixada Santista



E-mailImprimir
 1º CINEZEN LITERÁRIO lotou a Ao Café no sábado; houve sorteio de livros para o público e arrecadação de alimentos em prol da Casa Vó Benedita
Neste sábado, 20h, a Ao Café recebeu a primeira edição do CINEZEN LITERÁRIO. O debate, realizado com o intuito de abordar o meio literário na Baixada Santista, as possibilidades de publicação, as dificuldades no segmento e o que pode ser feito para melhorá-lo, contou com a presença dos escritores Cláudia Brino, Madô Martins, Márcio Callegaro, Regina Alonso, Sidney Sanctus, Valdir Alvarenga e Vieira Vivo – autores de relevante papel na fomentação cultural da região. Os sete deram suas visões sobre o tema e responderam perguntas do público. André Azenha, jornalista a editor do CineZen, mediou o bate-papo.
Mais de 60 pessoas estiveram no evento, inclusive colegas de literatura, a exemplo de Ari Mascarenhas, da Algol Editora, que veio de São Paulo,  Carlos Gama, Maria José Goldschmidt, Marcelo Rayel Correggiari e Jaíra Presa. Mas não foram apenas profissionais da literatura que apareceram. O CINEZEN LITERÁRIO atraiu pessoas de diferentes artes: do teatro, o dramaturgo e diretor Roberto Massoni, o também diretor e ator Fabiano Santos; do audiovisual, os cineastas Carlos Oliveira e Madeleine Alves; das artes plásticas, Waldemar Lopes. Também compareceram a diretora da Aliança Francesa de Santos, Maria de Lourdes Beco; jornalistas, colaboradores do site (Tatiane Matheus, Marcus Morais, Rafael Ponzio) e, claro, gente interessada em curtir uma noite agradável, regada a cultura, bom papo.
“É fundamental para a democratização cultural que eventos assim aconteçam. A tendência é que, cada vez mais, encontros independentes sejam realizados em estabelecimentos como a Ao Café, cujo perfil dos empresários transcende apenas a busca por lucro. Há um conceito: a união de gastronomia com um lugar de incentivo à cultura, às artes. Como também há o Espaço Teatro Aberto, no Centro de Santos, e a Millor, no Gonzaga. A proposta do CineZen é colaborar na propagação da cultura, desse movimento”, diz André Azenha.
O debate teve início com a palavra de Maurício Tenreiro, proprietário da Ao Café. Em seguida, André Azenha apresentou cada debatedor (leia mais sobre cada um após a matéria do encontro). O primeiro tema abordado foi a atual situação da literatura na Baixada e como melhorá-la. A seguir, trechos do debate:
Segundo Cláudia Brino, da editora Costelas Felinas, o segmento vive bom momento. “Há bastante gente escrevendo, produzindo, os artistas se movimentam para divulgar as obras. Mas falta apoio público e da imprensa regional”. Vieira Vivo, que também dirige a Costelas Felinas, cobrou um espaço voltado para os artistas regionais no principal jornal diário da cidade. “Meu sonho, utópico, é que um dia haja uma Galeria só com notícias e notas da cultura na Baixada Santista”. O escritor ainda comentou a atuação de sua editora, que faz livros de tiragens curtas. “Colegas, por falta de experiência, acabam lançando livros de 500, 1000 exemplares. No lançamento, podem vender 300, mas ficam com o resto estocado. Nós fazemos um trabalho para que o autor lance a quantidade de exemplares conforme sua vontade. E sem precisar lidar com toda a burocracia”.
Regina Alonso lembrou a boa experiência que teve com a All Print, da capital paulista, pelo qual lançou “Vento Noroeste” recentemente. “Deu tudo certo. E todo o contato aconteceu por email”. Regina destacou outro obstáculo enfrentado pelo autor santista, que é a falta de espaço em livrarias da região. “Fiz o lançamento (de ‘Vento Noroeste’) na Martins Fontes, de São Paulo. O maior problema, no entanto, foi conseguir lançar na Martins Fontes de Santos. Que tal, essa vitrine tão grande, ter espaço para os escritores da região?”.
Sidney ressaltou a importância da troca entre autor e público, como eventos do gênero. Também considera bom o momento literário da Baixada. “Há muita gente escrevendo, participando, querendo mostrar o seu trabalho. Santos tem tradição em poesia”.  Porém, aponta a dificuldade do escritor em publicar, mostrar a obra. “Por isso que a maior parte dos presentes foi partir para o meio independente. É um trabalho de formiguinha, tentando sempre levar arte e poesia para as ruas. Para melhorar esse quadro, em âmbito público, tanto federal, estadual como municipal, deveria haver maior apoio. Com concursos, prêmios bons, maior espaço na mídia”.
“Depois de muitos anos de estagnação, penso que a região está bastante ativa, agitada, criativa em termos literários”, afirma Madô Martins. “Finalmente escritores das mais diversas correntes literárias estão se comunicando e trocando influências. Exemplo daqui. Há também a interação com artistas de outras áreas. Coisa que não acontecia. Cinema, dança, teatro, tornam a literatura mais acessível para a população. Às vezes, a pessoa não gosta de ler, adquirir livros, mas conhece nossa obra por outra arte”, afirma.
Márcio Callegaro, que participou da antologia “Contempoemidade”, pela Algol, por onde lançará seu primeiro romance ainda esse ano, apontou que os escritores, antes de tudo, precisam estudar, entender o mercado. “O autor tem que ser autocrítico, estudar. Conhecer o meio em que atua”. Paulistano de nascimento, mas em Santos desde 1997, Márcio disse que nunca pensou apenas em um mercado santista. “Não escrevemos apenas para um lugar. Escrevemos para o mundo. O escritor precisa divulgar sua obra em outras cidades, pesquisar concursos, etc. O trabalho deve chegar ao leitor, não importa onde”.
Valdir Alvarenga, editor da Mirante, que publica desde autores consagrados, contemporâneos e novos nomes da literatura, concorda que há bastante gente produzindo e diz que é preciso incentivar os novos talentos. “Nem todos os textos que chegam para a Mirante são tão bons, mas deve haver espaço para as pessoas mostrarem suas obras”.
Por volta das 21h40, aconteceu o intervalo, quando rolou o sorteio de cerca de 20 obras, entre livros e revistas de autoria dos debatedores, mais um exemplar do então inédito “Conjeituras, Sobretudo”, de Carlos Gama. Depois, foi a vez do público perguntar. Temas como a reforma ortográfica, as academias de letras, e apoio governamental renderam discussões construtivas.
As perguntas que não tiveram tempo para respostas no evento, foram encaminhadas e serão respondidas via email. Durante o encontro, um poema de cada escritor do bate-papo esteve exposto. Antes do encerramento, Roberto Massoni presenteou a todos ao declamar “Cântico Negro”, de José Régio, quando foi recebido com aplausos empolgados. As latas de leite em pó e quilos de alimento não perecível arrecadados em prol da Vó Benedita serão enviados ainda esta semana. Novos contatos foram feitos, profissionais que não se conheciam pessoalmente, tiveram a chance de trocar ideias, mais uma semente está plantada. Em breve, divulgaremos vídeo do evento e mais detalhes do debate. Abaixo, os perfis dos escritores participantes do CINEZEN LITERÁRIO:
Cláudia Brino: Criadora da Editora Costelas Felinas, diagramadora, autora de 13 livros publicados, fotógrafa, ativista cultural. Fundadora e coordenadora do Clube de Poetas do Litoral (CPL). Diretora de performances poéticas, co-editora da revista lítero-temática Cabeça Ativa. Contato: cac...@gmail.com.
Madô Martins: Escritora e jornalista, autora de obras em prosa e verso, várias delas premiadas e impressas em Portugal e diversos estados brasileiros. Tem nove livros publicados: “Doce Destino” (poesia), “Paixão e Morte” (contos), “Pensando em Verso” (infantil), “O Jacaré da Lagoa” (infantil), “Alfabeto do Vento” (haicais), “Uma vez em 2284 e outras histórias planetárias” (contos), “Três meses no Japão” (crônicas de viagem), “Voo de Borboleta” (crônicas) e “Avesso” (romance). Desde 2000, é colunista do jornal A Tribuna, de Santos, escrevendo crônicas aos domingos, no caderno Galeria. Textos da escritora também se encontram em mais de 70 coletâneas, nacionais e estrangeiras. Realiza palestras e oficinas literárias. Assina a coluna Letras cotidianas, no sitemidiativasantos.com.br. Contato: mado...@yahoo.com.br.
Marcio Callegaro nasceu em São Paulo, reside em Santos desde 1997.  É estudioso de Teoria da Literatura, transita com facilidade entre diferentes gêneros textuais.  Dramaturgo e romancista, possui premiações em música, teatro, roteiro de HQ, fan fiction, contos fantásticos e literatura infanto-juvenil. Participa da antologia “Contempoemidade — olhares sobre o espaço que nos cerca”, pela Algol Editora, com programação de lançamento de seu romance para novembro deste ano. Contato: mrca...@yahoo.com.br.
Regina Alonso: autora de “Ofício”, “Tábua de Marés”, “Olho por Olho”, “Circularidade”- poesias; “Ondas Vão e Vem”, haicai; “Vento Noroeste”, prosa e haicai. “Refavela, refazendo o sentido”, texto-dramaturgia com Renato Di Renzo. Vários prêmios, em contos, crônicas, poesia e haicai. Publicações em antologias, revistas literárias, jornais. Faz oficinas literárias. Membro-Proler/BS, Grêmio de Haicai Caminho das Águas, Grupo Poetas Vivos, Seis e Meia. Coordena projetos literários: “Café com Letras” – AMBEP e Outras Palavras-Ong Tamtam. Contato: orgo...@gmail.com.
Sidney Sanctus: É o pseudônimo literário de Sidney Luís dos Santos, santista, nascido em 1960. Fez seus estudos fundamental e médio no Colégio Canadá, entre 67 e 77. Em 79, participou do Grupo Picaré, que aglutinava escritores e artistas independentes. Em 81, lançou o seu primeiro livro de poesias: “Chocolate com Pipoca”, durante a 1ª Feira Nacional de Escritores Independentes, realizada com grande sucesso no Teatro Municipal de Santos. Em 1982, participou da “Antologia Picaré, uma dúzia de poetas”. Posteriormente, passou a divulgar seu trabalho em várias revistas de poesia independente do Brasil e do exterior. Integrou ainda “Impressões – Antologia Poética”, em 2009, “Noite das Flores – Antologia Poética”, em 2010 e publicou ‘Musa Atômica” – coletânea, em 2011. Atualmente, é co-editor da revista Mirante. Seus poemas geralmente expressam “os sentimentos do homem perante a colossal magnitude do Universo”. Contato: sidn...@hotmail.com.
Valdir Alvarenga: Santista, 59 anos, casado, poeta. Criou a revista literária Mirante em 1982, a qual segue editando. Integrou o mítico grupo Picaré. É autor  dos livros “Plenilúnio’, ‘Pequeno Marginal” e “Autógrafo”. E funcionário público, desde 1979. Em 1984 passou a atuar na Secretaria de Cultura de Santos. Coordena projetos importantes para o desenvolvimento e a propagação da cultura santista. Dentro do Leia Santos, cujo objetivo é levar a leitura à população, estão o Adote um Livro, Adote um Gibi, Varal de Poesia, Exposição Literária e Escritor na Rua. O Autor e Sua Obra e o Diálogos Terapêuticos são realizados na Biblioteca Mário Faria, no Posto 6 da orla da praia. Cursou a Faculdade de Letras. Sempre envolvido em projetos culturais, seu mais novo projeto é lançar o livro Dupla Face, de sua autoria com sua esposa, Irene Bulhões. Contato: mira...@hotmail.com.
Vieira Vivo: Poeta da geração mimeógrafo, ex-integrante do Grupo Picaré. Atualmente é co-editor da Editora Costelas Felinas e da revista Cabeça Ativa. É integrante do Clube de Poetas do Litoral (CPL), letrista, radialista, escritor, ativista cultural, tendo até o momento 09 livros publicados, inclusive o “Humor Cego” lançado recentemente. Contato: cac...@gmail.com.
André Azenha: Jornalista, crítico de cinema, poeta e formado em Roteiro pela Escola de Cinema de São Paulo. Foi repórter e colunista musical dos sites, revistas e jornais de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Alagoas. Desde 2007 é repórter da Veja Litoral Paulista. Em 2008, publicou seu primeiro livro, “Poesia a Quatro Mãos”, escrito em parceria com sua mãe e poetisa Regina Azenha. Trabalhou com o crítico de cinema Rubens Ewald Filho entre 2008 e 2009. Em 2011, fez críticas de filmes para a revista Época São Paulo. Participa de e organiza ciclos de cinema e eventos culturais. Colabora com a revista literária Mirante. Criou o CineZen (www.cinezen.net) em março de 2009 e no ano seguinte passou a organizar do “CineZen Convida”, evento beneficente realizado sempre nos aniversários do site, com o objetivo de estimular a discussão e a produção cultural. Escreve também no blog pessoal www.andreazenha.com.
Apoio cultural:
CineZen: Site independente sobre cinema, DVD e Blu-ray, TV e eventualmente literatura, quadrinhos, teatro, música e artes plásticas, lançado em 29 de março de 2009. Tem o objetivo de informar, analisar obras e cobrir eventos dessas áreas (com atenção para a Baixada Santista) e prestar serviços. Semanalmente publica críticas das estreias de cinema e lançamentos em home vídeo, desde filmes contemporâneos até clássicos e cults. Conta com colaboradores de Santos, São Paulo, Santa Catarina, Recife e em 2010 firmou parceria com a Cinemaki, rede social para a discussão de cinema, com membros do Brasil, Argentina, Chile, México, Colômbia, Peru, Venezuela, Espanha, Índia, Estados Unidos e Reino Unido. Atualmente conta com 56 mil acessos únicos mensais. Pode ser acessado pelos endereços www.cinezen.net ou www.cinezencultural.com.br. Contatos:edit...@gmail.com e 13 9744-3726.
Ao Café: Instalada em uma aconchegante casa, rodeada de muito verde, a Cafeteria Ao Café, inaugurada em maio de 2006, se ressalta não só pelo atendimento personalizado, mas principalmente como um local onde se respira cultura. O cardápio possui 20 tipos de café, entre gelados e quentes. Quem preferir um chazinho, a casa possui 33 opções: nacionais e importados, quentes ou gelados. Foi a primeira cafeteria a trazer para a cidade de Santos as famosas sodas italianas. São oito sabores, destacam-se: amora, cereja e maçã-verde. A cafeteria também oferece cervejas long neck Bohemia Pilsen, Bohemia Escura, e a belga Stella Artois, e sorvetes da marca La Basque. Para acompanhar as bebidas a tentação fica por conta dos bolos e salgados. A programação cultural da casa é eclética e pode ser conferida no site www.aocafe.com.br.

A criação do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler)



Affonso Romano de Sant´Anna: "Brasil vive clima singular"
FBN - 19/08/2011

Duas décadas após a criação do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler), o escritor Affonso Romano de Sant’Anna, teve um encontro, na última quarta, 17, com representantes regionais do Programa, criado na década de 90, quando foi o primeiro presidente da Fundação Biblioteca Nacional. O encontro aconteceu na série de debates Quarta às Quatro. Aproveitando para lançar seu mais recente livro, Ler o Mundo, o escritor falou com exclusividade ao Boletim da Biblioteca Nacional:

Seu livro fala sobre a figura do prefeito que se recusa a instalar bibliotecas. Como é a figura desse gestor “contra a biblioteca”?
A minha experiência aqui e na vida em geral é que se você pergunta se as pessoas gostam de literatura e se são a favor do livro, todo mundo é, mas você tem que saber quem faz alguma coisa pelo livro. Alguns prefeitos, por estranho que pareça, recusaram os kits para montar bibliotecas públicas. Diziam que preferiam kits de medicina, coisas para resolver problemas de cadeia. Ou seja, não entenderam a proposta. Grande parte do que ocorre com as prisões e nos hospitais é exatamente por falta de informação. A educação antecede a saúde, antecede a justiça social. Felizmente é uma parcela muito pequena de prefeitos. Hoje, pode-se dizer que todos os municípios brasileiros têm uma biblioteca – o que é muito pouco, porque os países nórdicos têm uma biblioteca em cada quarteirão. Portanto, estamos apenas começando uma trajetória muito longa.

O senhor conversou hoje com representantes dos comitês regionais do Proler. Como analisa a figura do mediador de leitura atualmente?
Está havendo no Brasil um clima singular. Essa ideia do mediador de leitura, do agente de leitura, isso se alastrou de um modo que ninguém consegue furar. O governo do Distrito Federal vai trabalhar com isso, no Ceará já se trabalha com isso. O governo de Minas Gerais me chamou pra organizar uma coisa nesse sentido. Os governos de seis estados do Centro-Bahia, Mato Grosso, Goiás, estão apoiando esse tipo de projeto. Quer dizer: entrou para o cardápio de qualquer governador e muitos prefeitos a ideia de que eles têm que trabalhar com a leitura.

O modo de ler o mundo tem mudado bastante. Como o jovem hoje está lendo o mundo? É uma leitura que não é mais do livro ou do papel?
Bota lá no Google “Geração X, Y e Z” e vê a definição do que são essas gerações dos anos 80 pra cá. A Geração Z é a que fica zapeando. Existe uma coisa curiosa nessa geração: ela nasceu plugada em quatro, cinco coisas ao mesmo tempo. O problema é como converter esse pessoal de simples usuários da internet em usuários da cultura. O Brasil está colocando lan houses e telecentros no país inteiro, só na Rocinha existem duzentas lan houses. Tem que dar um jeito de colocar na lan house, através da internet, alguma coisa relativa à leitura. A revolução hoje consiste não mais em ter bibliotecas, mas usar os meios de comunicação eletrônica como bibliotecas portáteis.

Fonte:
http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=10405&secao=22

Formação de leitores a domicílio


Gilberto Scofield Jr. e Márcia Abos - O Globo - 22/08/2011

Nos próximos meses, o programa começa em mais 14 estados, incluindo o Rio de Janeiro (as inscrições estão abertas para a seleção de agentes) e a expectativa do MinC é ter 15 mil agentes de leitura trabalhando em todo o Brasil até 2014.

"Não saber ler é como ser cego. Precisamos ser guiados”, diz Maria Alves ao descobrir um mundo novo após ser alfabetizada aos 73 anos. Sua metáfora da cegueira foi confidenciada a Célia Moura Rantzi, uma cabeleireira de 27 anos cuja vida também foi transformada pela leitura e por histórias como a de Maria.

Há quatro meses, Célia trabalha como um dos Agentes de Leitura, programa de formação de leitores do Ministério da Cultura em parceria com governos estaduais e municipais.

São Bernardo do Campo, a cidade onde vive, na Grande São Paulo, foi a primeira a colocar o projeto em prática, em maio. São 185 agentes treinados há um ano para atuar como estimuladores de leitura — e divulgadores de livros — em bairros carentes da cidade.

O programa segue um modelo implementado em menor escala em 2005 pelo governo do Ceará, seguindo uma ideia do educador Fabiano dos Santos Piuba.

— Martelava na minha cabeça a ideia do agente. Pensava nos da saúde, que vão de casa em casa praticando medicina preventiva. Daí veio a ideia dos agentes de leitura, cujo objetivo principal é formar leitores — afirma Piuba, hoje diretor do Livro, Leitura e Literatura no Ministério da Cultura.

Acervo composto por livros clássicos e de autores da regiãoO resultado foi tão positivo que o MinC o convidou para aperfeiçoar o programa e torná-lo nacional. O modelo atual, desenvolvido em parceria com a Cátedra Unesco de Leitura da PUC-Rio, selecionou e está formando 3.142 agentes em 15 estados brasileiros.

Podem ser agentes de leitura os jovens que tenham ensino médio completo e idade entre 18 e 29 anos. Eles são selecionados por meio de concurso público, com prova escrita, oral e entrevista. Têm preferência jovens cujas famílias recebam o Bolsa Família. Depois de aprovados, o grupo passa por um processo de formação antes de ir a campo. Recebem uma bolsa de R$ 350 ao mês. Usam um boné e uma camiseta para serem facilmente identificados e são guardiões de um acervo de até 100 livros, metade composto por clássicos da literatura brasileira e universal, metade de obras e autores da região onde atuam.

— O agente é uma biblioteca itinerante. O acervo é escolhido em parceria com o município ou estado. Clássicos como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade ou Ruth Rocha dividem espaço nas mochilas com autores de cada região. O Rio Grande do Norte, por exemplo, escolheu muita literatura de cordel. Já no Rio de Janeiro, a literatura de temática urbana contemporânea tem destaque — explica Nilza Rezende, responsável pela coordenação do projeto na PUC-Rio.

Cada agente atende a no máximo 25 famílias que vivem perto de sua casa. São todas cadastradas no Bolsa Família e escolhidas em parceria entre as secretarias da Cultura e do Bem Estar Social. Além das visitas semanais às casas, onde realizam rodas de leitura, contam histórias e emprestam livros, os agentes também atuam em bibliotecas, escolas, centros culturais e comunitários, promovendo saraus literários ou contação de histórias.

— No Ceará, observamos que as crianças das famílias atendidas por agentes apresentaram melhora no rendimento escolar. Muitos adultos analfabetos buscaram cursos de alfabetização estimulados pelos agentes — conta Piuba, que negocia com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) uma parceria para poder medir os resultados do projeto no Brasil.
Quem olha o trabalho dos agentes não deixa de se surpreender com a receptividade à iniciativa, a animada algazarra de crianças e adultos diante do contador de histórias. Afinal, não deixa de ser irônico a festa em torno de uma mídia tradicional num momento em que se discute o futuro do próprio livro num mundo cada vez mais digitalizado. Mas esta realidade ainda é um sonho distante nas comunidades carentes do país, onde o velho e bom livro — e o contador de histórias — são os protagonistas de um projeto que pode ser transformador.

Uma das principais pesquisadoras da formação de leitores no Brasil, Marisa Lajolo, da Unicamp, elogia o formato do Agentes de Leitura, mas diz que a existência do programa expõe as deficiências do sistema educacional brasileiro.

— Se tivéssemos bons professores não precisaríamos de agentes da leitura. O melhor exemplo disso é que todas as escolas bem avaliadas não precisam de gente de fora para promover a leitura. Ela mesma se encarrega disto — afirma.
Lembrando a instabilidade no repasse de verbas para outro programa de estímulo à leitura, o Proler, da Fundação Biblioteca Nacional (criado em 1992), ela diz ainda que um desafio da área é garantir a continuidade das ações.

— Para isto é preciso algo mais do que vontade política. Neste momento, há um capital grande interessado nisso: a indústria livreira, ameaçada pelo livro digital — constata.

Em São Bernardo do Campo, por exemplo, a previsão é de que o programa seja renovado por mais um ano e o número de agentes passe de 185 para 400 — mas a falta de bibliotecas em bairros carentes como Baeta Neves e Alvarenga levanta uma interrogação sobre como os leitores formados pelo programa poderão manter o hábito de ler.

Fabiano dos Santos Piuba, criador do programa e diretor do Livro, Leitura e Literatura no Ministério da Cultura, pretende acompanhar o desempenho das crianças atendidas por agentes em avaliações como a Prova Brasil. Também negocia uma parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para produzir pesquisas sobre o projeto.

Medir os resultados é um desafio. Números positivos podem estimular governos estaduais e federais a investir, em parceria com o governo federal, no programa ou em iniciativas semelhantes. No momento, a maior parte da verba vem do Ministério da Cultura, via Fundo Nacional de Cultura. A contrapartida é de 1/3 por parte de estados e 20% pelos municípios.

Cada agente de leitura custa R$ 7 mil reais por ano, incluindo seleção, material e capacitação. Em um ano, o projeto em 15 estados com 3.142 agentes custará R$ 22,2 milhões.

Para o escritor Francisco Gregório Filho, um dos fundadores do Proler, hoje há por parte do governo e da sociedade civil uma preocupação maior em relação à leitura.

— Há uma determinação política para investir em formação de leitores. Daí a criação de novos programas, como o Agentes de Leitura, capaz de complementar outros como, por exemplo, o Proler, que teve seus percalços, mas voltou a se fortalecer — diz.

Fonte:
http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=10418&secao=32