quarta-feira, 31 de julho de 2013

1994 por Denis Velez


Eu,



Por longos minutos, apaguei, saí de mim. Estava a procura de algo para preencher as linhas acima. A verdade é que eu me transportei em espírito para o sítio, e lá estava eu, com os meus cabelos longos, jogando futebol com meus tios, tios e primos da minha idade. Imagino que estou num grande estádio de futebol, jogando em um time de dois jogadores, é uma dupla! O gramado de areia do campo, é cheio de pedras que machucam os pés, nesse estádio, não se joga de chuteiras, a bola é de meias, os torcedores somos nós mesmo, os jogadores. Os jogos são sempre realizados sob a lua do meio-dia, a areia é quente, mas a gente nem liga! O campeonato está pegando fogo também! A gente escuta o barulho dos pássaros, das árvores, quando a gente olha pra cima, vemos vê urubus, o céu é azul, não tem uma nuvem sequer, até que venta um pouco, um vento quente, passa uma galinha na frente da trave quando vou chutar à gol, a bola bate da na galinha, é pena pra todos os lados a galinha cacareja, e não foi gol, e agora?
Briga de torcidas! Cadê o Juiz? A galinha escafedeu-se no meio do que um dia foram braquearias, era tudo que o time perdedor queria heis o impasse!
Esse tipo de situação compromete seriamente a credibilidade do campeonato! a torcida quer invadir o estádio! Olha, eu chutei uma pedra num lance anterior, machuquei o meu dedo, veja o sangue! sujou até a bola de meias! Lá vem dona Mariquinha, com uma lata de tintas sob s cabeça, a lata está cheia de água! pedimos a sua opinião, e ela nos deu o gol, a galinha não tinha o direito de atrapalhar! Heis o Juiz, Dona Mariquinha.
Tá na hora do almoço, já são 13 horas, a sola dos pés estão dormentes parece que se fez uma carapaça de coro duro, pelo calor da areia. O sangue do meu dedo já ressecou, tá cheio de areia, com a areia quente em cima, nem inflama. Olhei ao horizonte, vi Campina Grande! Estou na Zona Rural, venho pouco aqui no sítio da minha avó materna, é que eu prefiro, o Beco da Pavoa. 
Andando, aqui do meu lado direito, tem um pé de seriguela, mais à frente tem um de caju, depois um de joá, mais adiante, tem um galinheiro. Tá muito seco, mas eu gosto daqui, dizem que daqui à alguns meses eu estarei indo para Brasília, acho que é Ceilândia o nome do lugar. Meu Pai já está lá, parece que trabalha em uma gráfica! Nem sei o que é gráfica! É que eu acho que lá é um pouco diferente, dizem que demoram três dias e duas noites para chegar em Brasília.
Eu queria ver meu Pai, mas é que se eu ficasse aqui, eu teria a oportunidade de terminar esse jogo que a galinha estragou, eu ia comer seriguela daquele pé ali atrás que está seco, e mais! Ia ficar deitado debaixo da sombra de uma árvore qualquer, olhando os Urubus dançarem no céu, planando em um movimento circular, aos montes. Deve ter sido um animal qualquer que morreu, seu corpo deve está inchado sob o sol dessa seca, não vai ter lambu pra caçar,sob o sol que me beija, não haverá peixe lá no açude, sob o sol dessa seca, todos nós permaneceremos, sob o sol que me beija, nós reinamos nesse universo quente, é evidente que essa vontade e amor pelo que se é, nos faz mais que diferentes. 

383 via Estrutural.Postado há 2 days ago por Denis Velez




Enquanto tinha passarinho voando, eu olhava pelo vidro embaçado, do óleo da cabeça dos que usam o transporte público, esse óleo é denso! Nele está contido os pensamentos, os mistérios. Sai direto da cabeça, escorrendo pelos fios. As pessoas estão cansadas, daí encostam a cabeça para dar um cochilo, e então fica àquela baboseira toda no vidro, cuidado! O fato é que; aquele homem que está ali do lado esquerdo do bus, me parece que ele tem a cabeça muito suja! Mas por dentro,  cabeça dele é só saudade, por dentro, ele sonha com o dia em que ele deixou sua família, sua casa, seu cachorro, seu papagaio, seu periquito! Mas nada supera a saudade dela, dela mesmo; da sua mãe. Talvez não seja saudade, ele deve está sonhando com a sua vizinha, aquela morena cor de jambo, dos cabelos negros e lisos, aquela morena que ele deseja loucamente, que agora, entra em seu quarto com roupa de dormir, Com uma leve blusa de ceda, sem sutiã... Ele dá uns espasmos.
Mas vou parar de imaginar a suposta imaginação do cara, e vou me concentrar nos solavancos que o ônibus dá! Tenho impressão de que estou numa rede à beira mar, fecho os olhos e vejo aquela menina lá da rua, uma que sonho vê-la de biquíni, ela passa há uns cem metros de distância, e eu a vejo toda, não! Não consigo ver os seus detalhes porque lembrei-me agora que não enxergo bem! Nossa! Que desagradável, ainda não a vejo de biquíni nem em pensamentos. E se eu experimentasse voltar o pensamento, e imaginar que ela passou mais perto, ou melhor! Viu-me sentado na areia, não... Eu não estava na areia, estava deitado na rede, enfim... Já perdeu a graça, e eu não a vi direito mesmo, preciso fazer exames.

Entrou um vendedor de doces no ônibus. Será mesmo que ele precisa apelar para uma entidade superior, para vender? Ele fala demais... Fala com um ar meloso, fala muito alto, tem um jeito pausado de falar e incomoda: “ Bom dia amados, meus queridos... Estou aqui nessa manhã, para falar um pouco do amor de um homem, que cura, que me dá a vida que te deu a vida, que nos guarda todos os dias. Eu acordo todos os dias ás cinco horas da manhã, para trazer à vocês uma palavra de amor, de conforto, de paz, porque eu acredito que assim, faço o melhor para vocês, eu não seria ninguém se não fosse Deus na minha vida não seria ninguém se o amor de Deus não estivesse no meu coração. O meu querido esposo, também trabalha vendendo doces..."

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Parceria leva “Mala do Livro” às unidades socioeducativas do Distrito Federal

Parceria leva “Mala do Livro” às unidades socioeducativas
Assinatura de Portarias democratiza acesso a leitura
As Secretarias da Criança e da Cultura assinaram nesta quarta-feira, dia 10, duas Portarias que formalizaram a implantação do Programa de incentivo à leitura “Mala do Livro” e a contrapartida do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), nas Unidades socioeducativas do Distrito Federal.
“Essa Portaria nos empolga e nos encanta. Na prática estamos levando políticas públicas para os adolescentes que nunca tiveram essa oportunidade, reduzindo o abismo existente. É o resultado de um governo que olha com sensibilidade para as pessoas”, comentou a secretária da Criança Rejane Pitanga.
“A contrapartida dos artistas, dentro do FAC, é uma forma de devolução, de forma materializada para a sociedade e em especial para os adolescentes, que só produz crescimento para todos”, destacou o secretário da Cultura, Hamilton Pereira.
A solenidade contou com a presença da Orquestra Plenaharmonia, composta por servidores e adolescentes do sistema socioeducativo da Uipp (Unidade de Internação do Plano Piloto), que emocionou os presentes, além de muita poesia e uma homenagem ao poeta e empresário falecido há uma semana, Jorge Ferreira.
As Unidades de Internação e as de Semiliberdade serão as primeiras a receber os livros. Inicialmente as duas portarias assinadas abrem o processo de implantação do projeto com a capacitação dos servidores Secretaria da Criança que serão denominados, facilitadores de leitura. Já estão disponíveis oito malas recheadas de livros seguindo a orientação pedagógica das Unidades de Internação. Os livros fazem parte do programa Mala do Livro, da Biblioteca Nacional de Brasília (BnB), um programa da Gerência de Bibliotecas da Secretaria de Cultura do GDF que amplia as possibilidades de acesso à leitura.
“Estamos muito empolgados em implantar esse projeto, pois a leitura é transformadora para se conhecer novos horizontes e gerar novas oportunidades de conhecimento”, comenta o Gerente de esporte, cultura e Lazer do Sistema Socioeducativo, Júlio César Cabral.
Várias outras autoridades participaram do evento e elogiaram a iniciativa como o Juiz da Vara da Infância e Juventude, Dr. Lizandro Garcia Filho, a subsecretária do Sistema Socioeducativo, Ludmila Ávila, o subsecretário de Fomento da Secretaria da Cultura, Leonardo Hernandes, além de vários servidores da Secretaria da Criança.
Com informações da Secretaria da Criança.