quarta-feira, 24 de novembro de 2021

PRÊMIO DA MALA DO LIVRO - CORRA E SE INSCREVA ATÉ AMANHÃ 25/11. AINDA DÁ TEMPO!

 

Mala do Livro Livro

ter., 16 de nov. 20:03 (há 10 dias)
para camiladf00gestaocops2019josaphnetnanyhaahAbadiaAiltonAishaAlcicleideAldenoraAlenizeAlessandraAlessandraAlexAlexAlineAmiltonAnaAnaAnaAndréiaAntoniaAntônioArnaldoAssociaçãoAuroraAurélioBatistaBelinhaBercholinaBibliotecaCAPSCAPSCarlaCarlaCarlosCarlosCasaCasaCEDEPCentroCentroCentroCentroCentroCentroCentroCENTROClaytonCleoniceCOSECOSECOSECOSECOSECOSECOSECOSECOSECOSECRASCRASCRASCRASCRASCRASCRASCREASCrisleneDalvieneDayseDeuselinaDomícioDávilaEdilamarEdithEdmilsonEdsonEdsonEduardoEduardoEleniceElianaElianeElieneEuniceEvaEvaFagnerFernandaFernandaFlavineideFranciscoFábioGenacymimGermanaGersionGerênciaGinardiGiovanaGisleneGisseliGraceGracineideGrupoGrupoGrupoHelenaHilarianaHonaldoHosanaHospitalHospitalHospitalHRCHRTIngridInstitutoIsabelIsraelIvanIzaurinaJerusaJerusaJoelmaJoelmaJohnyJoséJoséJoséJuaniceJuliaKarenKarémLauraLauzéiaLedaLilianLindaLindinalvaLucasLucileneLudocriarteLúciaManoelMapatiMaramarcoMarcusMargareteMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMariaMarianaMarildaMarilúciaMarleneMarliMarluceMartaMauricéiaMauroMaízaMemorialMychellMárciaNayaraNilvaOldairOlíviaPatPaulaPauloProgramaProgramaProgramaProgramaProgramaPâmelaQuartelQuartelRafaellaRaimundaRamoneRayhaneReginaReginaReginaldaRejaneRenataRenatoRicardaRitaRoseliRosenyRosiléaRosineideRosângelaSabinaSandraSandroSarahSecretariaSecretariaSecretariaSENAISENAISEPLAGSilviaSimoneSimoneTamisaTaízaThiagoTércioUAMAUnidadeUnidadeUnidadeVeraVilaVirgíniaVírginiaWilliamWilliamZooBrasília
ATENÇÃO AS INSCRIÇÕES ENCERRAM-SE AMANHÃ 25/11. 

CORRA E SE INSCREVA. AINDA DÁ TEMPO!



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Gerência do Programa Mala do Livro
Tel: 3325-2607
       3325-6265

terça-feira, 23 de novembro de 2021

NA II BIENAL DO LIVRO E DA LEITURA -2014

REALIZAÇÕES EM REDE



Nosso Agente de Leitura Marcus Vinicius em 2014 na II Bienal Brasil do Livro e da Leitura em Brasília. Foi seu primeiro trabalho de correspondente da Agência Escola, acompanhando a participação no evento do escritor e poeta Paraibano/Anapolino Paulo Nunes Batista


 Com uma programação diversificada, a II Bienal Brasil do Livro e da Leitura foi um sucesso de público, atraindo cerca de 300 mil pessoas, segundo dados da Secretaria de Cultura. Com uma estrutura de 23 mil metros quadrados montada na Esplanada dos Ministérios, o evento garantiu a comercialização de 445 mil títulos e movimentou, aproximadamente, R$ 8 milhões contra R$ 6 milhões do evento em 2012.

Durante os 11 dias, os visitantes puderam escolher entre mais de 85 mil títulos expostos além de participarem de vários seminários, debates e lançamentos de obras. Com 158 estandes de empresas entre editoras, livrarias e distribuidoras de livros, os gêneros Juvenil, História e Literatura Fantástica figuraram entre os mais procurados. Quem foi até o local com crianças pôde aproveitar os contadores de histórias e outras atrações voltadas para os pequenos em estrutura montada ao lado da Rodoviária.

 A II Bienal Brasil do Livro e da Leitura trouxe a Brasília nomes importantes da literatura mundial. O homenageado internacional foi o escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor de obras antológicas, como As veias abertas da América Latina e a trilogia Memória do Fogo. Ariano Suassuna, considerado por muitos o maior escritor brasileiro em atividade, foi o homenageado nacional. Os dois fizeram palestras e lotaram o auditório do Museu Nacional da República.


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Uma arca cheia de livros e linguagens

A partir de hoje, 9 de fevereiro de 2011, nossos Agentes de Leitura passam a contar com mais esse espaço para divulgação da luta pelo Livro e a Leitura de todas as páginas do Saber. Uma iniciativa do Pontão de Cultura Rede Comunitária através dos voluntários mobilizadores de redes sociais da Agência Escola de Expressão e Comunicação Comunitária. 
Sejam todos bem vindos!

sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz 2012!



segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O MENINO LEITOR E AGENTE DE LEITURA QUE VIROU PREFEITO. HOJE COM 23 ANOS, IGOR SANTOS É O PREFEITO ELEITO DE PARACATU - MINAS GERAIS A atriz Cida Mendes (Concessa) comentou: "Fiquei muito feliz!!! Vai inspirar a juventude a ler, estudar, sonhar..."

Publicação em nosso blog Cube do Livro Rede Comunitária em
quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Editora Buriti, empreendimento cultural do jovem Igor Santos, nosso Agente de Leitura, lança a  'Antologia da Literatura Paracatuense no séc. XXI (2001 - 2014).

Igor Santos, jovem empreendedor cultural de apenas 16 anos da cidade de Paracatu - MG, inscreve definitivamente seu nome no mercado editorial brasileiro com a sua Editora Buriti, que hoje lança mais uma publicação: 'Antologia da Literatura Paracatuense no séc. XXI (2001 - 2014)'. A noite de lançamento faz parte da programação da Semana da Arte da cidade.
Data: 19/11/14
Horário: 19:30h
Local: Fundação Casa de Cultura [Rua do Ávila, Centro] - Paracatu MG
Organização: Prefeitura de Paracatu, Editora Buriti e Academia de Letras do Noroeste de Minas.
Autores participantes: Maria Teresa Cambronio, Didi Paracatu, Paulo Sergio Laboissiere, Geraldo Evando, Teresinha Machado, Xiko Mendes, Terezinha Guimarães, Tarzan Leão, Maria José – Zequinha, D’Paula, Coraci da Silva Neiva, Sissa Santos, Oliveira Mello, João Campos, JusmarRoquete, Carmem Brochado, Murilo Araujo Caldas, Dom Leonardo, Lavoisier Albernaz, Florival Ferreira, Joana Barbosa, Flávio Neiva, Branca Botelho, Marcio Xavier, Marlene Porto, Dalia Neiva e Flávio Guimarães
                                                              



terça-feira, 19 de outubro de 2021

A REDE 

AGÊNCIA ECCOM RESTAURA FOTOGRAFIA RARA DE ANÁPOLIS DENTRO DO PROJETO SESQUICENTENÁRIO SANTANANTENSE

 

Fruto das pesquisas realizadas junto a comunidade anapolina  para o Projeto de comemoração dos 150 anos da construção da primeira capela de Santana, a foto foi encontrada no acervo da família de Américo Borges de Carvalho, primeiro prefeito de Anápolis.

A foto tirada no final dos anos 1940 mostra a capela que viria a ser demolida, ao lado da cripta e altar em construção da atual catedral de Santana, que avançaria com sua nave sobre a histórica igreja que teve seus alicerces fundados em 1871 por Gomes de Sousa Ramos.

Cópias restauradas em sépia e Preto e branco

Bastante avariada, a fotografia passou por processos de recomposição permitidos pela tecnologia, realçando elementos no enquadramento que contam nuances da história da cidade com evolução da arquitetura. No plano de fundo destaca-se o prédio do Grupo Escolar, hoje Escola Estadual Antensina Santana, ostentando o estilo art deco. E mais ao fundo , o recém construído prédio do Goyaz Bank, atual Itamaraty Hotel.


O primeiro prefeito de Anápolis, Américo Borges de Carvalho e família


O FOTÓGRAFO

Publicação

sábado, 31 de julho de 2021

https://agenciaeccom.blogspot.com/2021/07/blog-post_66.html

FELIZ ANIVERSÁRIO ANÁPOLIS! A HISTÓRIA DE UMA LEMBRANÇA!





VERSÃO 2


terça-feira, 19 de outubro de 2021

A FOTO INÉDITA DE GODOFREDO BORGES DE CARVALHO. FEITA EM BAIXA VELOCIDADE MOSTRANDO A CATEDRAL DE SANTANA FINALIZADA E JÁ SEM A ANTIGA CAPELA AO SEU LADO. AO FUNDO A ATUAL ESCOLA ESTADUAL ANTENSINA SANTANA





 A CÂMERA DE GODOFREDO


O croqui da visão de fotógrafo de Godofredo buscando um novo plano
O croqui de
 Godofredo ampliado por seu filho William Borges de Carvalho em 2021


Publicação

domingo, 25 de abril de 2021

https://agenciaeccom.blogspot.com/2021/04/rede-comunitaria-de-comunicacao.html
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Em seu livro "Anápolis-150 anos de bairrismo", o jornalista Godofredo Sandoval Batista publica essa foto de Daniel Bispo Santana com a legenda: "Maria Prottis e eu, em 1971, no prédio número 1 de Anápolis, na sede da fazenda de Joaquim Rodrigues dos Santos, um dos doadores da área onde foi construída a Capela de Santana



sábado, 18 de setembro de 2021

https://agenciaeccom.blogspot.com/2021/09/padre-francisco-inacio-da-luz.html

PADRE FRANCISCO INÁCIO DA LUZ, O PRIMEIRO PÁROCO DE SANTANA DE ANTAS ERA UM GRANDE ARTISTA

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Com a construção da Capela de Sant'Ana de Antas em 1871, foi provisionado o vigário paroquial Pe. Francisco Inácio da Luz, que já em 1873 tornou-se o primeiro pároco da localidade. Como se pode atestar pela sua biografia na série Patronos da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música, Padre Francisco Inácio teve uma marcante passagem pela história santanantense, não obstante ter protagonizado o célebre episódio que envolveu a disputa da água do Rego Grande, o curso de água que cortava o largo de Santana. 
Além do grande talento artístico descrito na biografia -"Bom marceneiro, hábil mecânico, pintor exímio e musicista renomado"-  Francico da Luz era também fazendeiro e comerciante empreendedor. Instalou logo abaixo da capela a sua serraria, para a qual, conta-se, desviou o curso do Rego Grande para movimentar as máquinas. Tal feito causou profundas discórdias na nascente comunidade antense, o que também está descrito na biografia -"Em 1870, tornou-se capelão provisório de Santana das Antas, hoje Anápolis, e quando o local se tornou uma freguesia (06.08.1873), continuou como seu pároco até 11.03.1875, ocasião em que, sendo desrespeitado por pessoas da sociedade anapolina, voltou para Pirenópolis". Assim, Francisco da Luz foi embora de Antas para viver os últimos tres anos de sua vida.

                                               ***** 

Francisco Inácio da Luz (Pirenópolis 21.02.1821 – 27.08.1878) foi músico, compositor, instrumentista, regente, pintor, escultor, inventor e marceneiro. Filho do professor e grande musicista José Inácio do Nascimento e de Ana da Glória, que era filha do padre Francisco Inácio de Faria Vivas, estudou com o pai o curso primário. Depois estudou humanidades no colégio do padre Manuel Pereira de Sousa e teve como colegas os irmãos André e João Augusto de Pádua Fleury e o padre José Joaquim do Nascimento. Depois disso, resolveu seguir a vida eclesiástica e, em 10.03.1844, ordenou-se na Cidade Goiás pelo bispo Dom Francisco Ferreira de Azevedo. 
Como patrimônio de sua ordenação, recebeu de doação de seus pais, em 18.08.1843, o casarão que está localizado bem em frente à Matriz. 
Padre Francisco era capelão do Carmo no ofício de sacerdote, foi coadjutor de seu primo, vigário José Joaquim do Nascimento, e também capelão da capela filial da Igreja do Carmo. Aproximadamente onde hoje está a Aldeia da Paz, ele edificou um sobrado. 
      Em 1870, tornou-se capelão provisório de Santana das Antas, hoje Anápolis, e quando o local se tornou uma freguesia (06.08.1873), continuou como seu pároco até 11.03.1875, ocasião em que, sendo desrespeitado por pessoas da sociedade anapolina, voltou para Pirenópolis. Jarbas Jayme o define assim: “Bom marceneiro, hábil mecânico, pintor exímio e musicista renomado. Nos arquivos musicais de Pirenópolis, encontram-se belíssimas e extraordinárias produções desse grande discípulo da Euterpe.” 
O mesmo autor conta interessante causo a seu respeito: “Fez um realejo que causava admiração aos que o ouviam. Tivemos ocasião de falar com pessoas que conheceram dito instrumento, dentre elas, o major Silvino Odorico de Siqueira, discípulo do padre Francisco.” (Jayme, Famílias, p. 331.) 
Segundo Braz de Pina, durante sua época de estudante, Francisco Inácio da Luz foi para o Rio de Janeiro e lá teve contato com os grandes expoentes da música da época. A capital do Brasil estava em efervescência cultural e muitas eram as novidades vindas da Europa. Ao retornar à sua terra natal, trouxe músicas sacras, teatrais etc., novidades que lecionou a seu brilhante irmão Antônio da Costa Nascimento, que passou a executar com perfeição flauta, clarinete e saxofone. (Pina, p. 8.) 

Na casa da esquerda morou padre Francisco. Foto de Arnaldo Lobato 

Por volta do ano de 1858, Francisco Inácio da Luz fundou a segunda orquestra de nossa cidade. A primeira foi criada pelo Vigário José Joaquim Pereira da Veiga uma década antes. A segunda orquestra era composta por: flauta, Antônio da Costa Nascimento; 1° violino, Francisco Inácio da Luz; 2° violino, Teodolino Graciano de Pina; clarinete, José Inácio da Cunha Teles; violoncelo, José Inácio do Nascimento Júnior; e oficleide, José Rafael da Cunha Teles. (Jayme, Esboço, p. 247.) 
Por contar com talentosos artistas, a segunda orquestra foi maravilhosa. Executava trechos das óperas dos compositores da moda na época, como Vincezo Bellini (1801 – 1835). Na interpretação de árias religiosas, contavam com o valoroso apoio dos irmãos Braz e Teodoro de Pina, que cantavam esplendorosamente.  
             Quando se mudou para Santana das Antas, Francisco passou a direção da orquestra a seu irmão Tonico, que por ser homem de difícil trato, levou-a ao fim, quando dela se afastaram os músicos. Tonico do Padre, irmão de padre Francisco com Maria Francisca de Almeida, filha do capitão Manuel Joaquim de Almeira e Ana Maria da Conceição, teve sete filhos: Francisco Inácio da Luz (Chiquinho do Padre), Querubina Francisca da Luz, Ana Francisca da Luz, Benedita Francisca da Luz, Bárbara Generosa da Luz, Guilhermina Francisca da Luz e Rosa da Luz Nascimento. (Jayme, Famílias, p. 332/333). 
Foi também bom marceneiro, mecânico, pintor exímio e renomado musicista. Foi o fundador da Banda de Música Euterpe, para a qual aproveitou instrumentos remanescentes da velha banda da Guarda Nacional, de Joaquim Alves de Oliveira. 
Francisco Inácio da Luz, ao estudar música com mestres cariocas, mudou a história cultural de Meia Ponte. A partir dele, a evolução musical de nossa terra foi intensa, com modernização harmônica e atualização de temas. Por tudo isso, é Patrono da Cadeira n° VI da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música. 

 Adriano Curado 
De acordo com o historiador Ramir Curado, o padre Francisco Inácio da Luz pintou o teto da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de França em Corumbá de Goiás."O teto da Matriz foi, inicialmente, pintado por ele. O trabalho deste artista abrangeu também a pintura do arco-cruzeiro(arco que separa a nave da capela mor) e do altar-mor deste templo, tendo sido realizado entre os anos de 1861 e 1863. 
Este homem para nós é um mistério: profissional de competência, fazendeiro de profissão, onde e com quem aprendeu seu ofício artístico?" O historiador Jarbas Jaime, deixou-nos a seguintes informações sobre esse artista: nasceu em Meia Ponte, onde foi batizado a 2 de março de 1821 e que ele era descendente das famílias Costa Teixeira, Silva Ribeiro e Rodrigues Nascimento, todas radicadas em solo meiapontense desde o século XXIII. O mesmo genealogista afirma que o Pe. Francisco estudou humanidades no colégio do Padre Manoel Pereira de Sousa e que foi ordenado em 1844, na cidade de Goiás, por D. Francisco Azevedo, e exercido o seu sacerdócio em Meia Ponte e Antas (Anápolis). 
Sobre as habilidades deste padre, Jarbas nos diz que ele era "bom marceneiro, hábil mecânico, pintor exímio e musicista renomado", tendo formado uma orquestra e a corporação musical Euterpe em Meia Ponte, cidade onde faleceu a 27 de agosto de 1878. 
Ainda a respeito desse artista, ouvimos do Mons. Manoel Fleury Curado, sacerdote corumbaense que viveu de 1887 a 1981, que o Pe. Francisco Inácio da Luz fabricava móveis domésticos e que deixou muitos quadros, por ele pintados, na matriz de N. S. da Penha de Corumbá. Também encontramos seu nome entre os clérigos que foram coadjutores nesse templo, sendo que, nessa época, ele morou numa chácara situada junto à serra dos Leites. Nesse sentido podemos considerar a igreja como primeira estimuladora da produção artística e a de indutora de uma sociabilidade indispensável em uma comunidade. 

*****Elder Rocha Lima Notícias de Corumbá de Goiás 1a Edição IPHAN Ministério da Cultura 2012
*****Lima, Elder Rocha. Notícias de Corumbá de Goiás/Elder Rocha Lima; fotografias de Marcelo Feijó. - Brasília- DF : Superintendência do IPHAN em Goiás 2012.

A REDE - DO PONTO DE LEITURA AO PONTO DE CULTURA 

      DO PONTO DE LEITURA AO PONTO DE CULTURA

MEMÓRIA DOS POVOS DO CERRADO COM EDUCAÇÃO E CULTURA POPULAR


A FOTO INÉDITA DE GODOFREDO BORGES DE CARVALHO. FEITA EM BAIXA VELOCIDADE MOSTRANDO A CATEDRAL DE SANTANA FINALIZADA E JÁ SEM A ANTIGA CAPELA AO SEU LADO. AO FUNDO A ATUAL ESCOLA ESTADUAL ANTENSINA SANTANA





 A CÂMERA DE GODOFREDO

 

FOTOS DA MISSÃO CRULS 1892


Comissão Exploradora do Planalto Central

 

 


Travessia sobre o rio Paranaíba,
na divisa de Goiás com Minas Gerais

 


Vila Boa de Goyaz, antiga capital do estado

 

 


Cachoeira sobre o rio Caçu/GO

 


Arraial de Meira Ponte, atual Pirenópolis

 

 


Ponte sobre o rio Areias, em Santo Antônio do Descoberto/GO

 

 


 


Ponte sobre o rio Descoberto

 

 


Acampamento nas cabeceiras do Rio Pindaíba

 

 


Lagoa Feia - Couros (Formosa/GO)

 

 


Acampamento no Vértice SE, dentro do Quadrilátero do DF

 

 


Entrada de Couros (atual Formosa/GO)

A Formosa, a Missão Cruls teria chegado em 14 de setembro de 1892.

No rastro dos bandeirantes, comerciantes e bandoleiros, a região do Planalto Central do Brasil foi vasculhada por inúmeros cientistas importantes.

O tcheco Johann Emanuel Pohl, o francês Augusto de Saint-Hillaire e o alemão Carl Friedrich Philipp  Von Martius  são alguns dos viajantes que, pelos estudos que aqui fizeram, tantos legados deixaram à humanidade.

Com propósitos diferentes, também andou pela região o engenheiro e diplomata brasileiro Francisco Adolfo Varnaghen, mais conhecido como visconde de Porto Seguro.

Sua viagem de seis meses serviu para sugerir um triângulo entre três lagoas existentes no município de Formosa, Goiás, como possível localização de uma nova capital.

Quando Luiz Cruls e sua equipe chegaram ao altiplano central brasileiro, portanto, os descampados ali existentes já estavam repletos de trilhas, caminhos e comunidades instaladas (…).

O grupo que havia passado por Santa Luzia (Luziania) também andou por Mestre D`Armas, mas logo seguiu viagem para Couros (Formosa), que era o objetivo daquele trecho da missão. A distância [de Santa Luzia] ao novo ponto da viagem foi de 13 treze dias (…) Ali seria o local de consolidação dos limites que Cruls pretendia alcançar.

Em seus escritos, quatro décadas antes, ao traçar os limites de uma nova capital para o Brasil, o visconde de Porto Seguro havia sugerido que essa vila [de Couros] fosse a escolhida para a função.

Na localização por ele sugerida, entre as três lagoas existentes naquela parte do Planalto Central, Formosa seria o ponto mais favorável. No entanto, Luiz Cruls não concordava com aquela localização geográfica.

O que Cruls encontrou em Couros/Formosa:

[À época] a maioria das casas ali existentes eram de taipa, todas cobertas com folhas de buriti, portais e janelas de madeira rústica, ruas de terra batida. Enfim, tinha uma aparência de vila pobre, que parecia não condizer com sua história de importante entreposto comercial. Nas fazendas, porém, a feição era diferente.


Os cultos católicos (os únicos “oficiais”) eram realizados na capela Nossa Senhora do Rosário, construída pela comunidade negra, adepta e praticante de cultos de origem africana.

Somente em 1838 foi construída a igreja matriz no Arraial dos Couros. Erigido de maneira também rústica, esse tempo era ainda existente quando da passagem de Cruls.  Funcionou até 1904, quando foi fechando porque ameaçava desabar. Em 1915 foi demolido, dando lugar a uma igreja mais moderna do ponto de vista da construção civil.

(…) Cruls e alguns membros da missão estiveram no vale do Paranã, inclusive no salto do Itiquira (…) Uma das tarefas do grupo era avaliar a qualidade da água dos mananciais de toda a região, de modo que seus membros permaneceram ali por alguns dias.

(…) Mas também o processamento da produção agrícola foi desenvolvido [em Formosa] com destaque para o açúcar de cana e a farinha de mandioca, que são outras marcas tradicionais de Formosa.

Aliás, a farinha de mandioca tornou-se [para os habitantes de Couros] um alimento fundamental, substituindo o pão. Além das festas do Divino e a quermesse de nossa Senhora do Rosário, todos os anos se realizava a Semana da Moagem da Mandioca, com moinhos movidos por bois, uma festa popular que anima a cidade desde o século XIX.


Ou seja, aquele sítio já era movimentado por comerciantes que ali passavam, ou que iam negociar couros de animais caçados e bois, ou com boiadas em pé e produtos agrícolas. Consta que esses viajantes armavam  barracas com couros de animais, principalmente na área central do lugarejo, daí advindo seu primeiro nome.

Desde 1830, a cidade já contava com um coral, e na segunda metade do século passou a ter também uma banda, no formato das retretas muito comuns nas cidades brasileiras de então. Outras manifestações culturais nos campos da literatura e outras artes também foram registradas, de modo que, embora recatada, a vila tinha movimentação o ano inteiro.

Mais tarde, foram instalados dois postos fiscais próximos ao Arraial dos Couros – um junto à Lagoa Feia, outro perto da cachoeira do Itiquira, nas estradas a oeste e a norte.

Também foram fixadas algumas contendas próximas dali. Só para lembrar, os postos fiscais operavam a cobrança de impostos, enquanto as contendas faziam a contagem das pessoas e animais que passavam, para efeito de conferência.

Foi ali, em Formosa, que a comissão chefiada por Cruls se dividiu nos quatro grupos demarcadores. Após completada a tarefa, todos se encontrariam na capital da província, a cidade de Vila Boa, o que era uma espécie de ação diplomática, de apresentação do grupo às autoridades de Goiás.

  


ANOTE AÍ:

Este relato é um excerto do livro “Cruls – Histórias e andanças do cientista que inspirou JK a fazer Brasília.” Editora Geração, 2014.

sábado, 16 de julho de 2011

Projeto Vivaleitura encerra suas inscrições em 20/07


Posted: 15 Jul 2011 05:00 AM PDT
Normalmente, quem escreve é, acima de tudo, um amante da literatura. Afinal, antes de ser um contador de histórias, um escritor bebe de fontes que podem variar de Kafka a Machado de Assis, passando por poetas como Drummond, por mestres como Manoel de Barros e por tantas, tantas outras fontes de inspiração.
Incentivar a leitura é, portanto, uma forma fundamental de se incentivar toda a cadeia de produção literária nos mais diversos cantos do país. E não é sempre que conseguimos enxergar ações concretas do governo que remem no mesmo sentido que a comunidade literária.
Dentre as honrosas exceções, destaca-se o projeto Vivaleitura, destinado a premiar iniciativas que tenham contribuído de forma decisiva para o fortalecimento do hábito da leitura no Brasil.
Segundo o site:

(O projeto Vivaleitura) é uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Cultura (MinC) e da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), com o patrocínio da Fundação Santillana, e com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O Prêmio VIVALEITURA faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).

Todos os anos, são premiados trabalhos nas seguintes categorias: 1) “Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias”; 2) “Escolas Públicas e Privadas”; e 3)”ONGs, pessoas físicas, universidades/faculdades e instituições sociais”, que desenvolvam trabalhos na área de leitura. Em cada categoria, os vencedores recebem um prêmio no valor de R$ 30 mil.
Na categoria Sociedade, há a distinção da Menção Honrosa a ser atribuída a projetos de empresas com foco no tema “formação de mediadores de leitura”. A distinção abrange programas e projetos de apoio, promoção e patrocínio, na área de leitura, desenvolvidas por empresas, públicas ou privadas. O projeto que se destacar por sua abrangência, permanência confirmada e alta relevância será considerado merecedor da Menção Honrosa.
As inscrições estão abertas para todos até o dia 20 de julho, premiando com R$ 30 mil o projeto vencedor.
Mas o interesse no assunto deve ir além do prêmio em si: o fomento de iniciativas assim interessa a absolutamente todos os autores brasileiros, que devem acompanhar cada um dos casos e, na medida do possível, apoiar e participar.
O site do projeto deixa todas as informações claras e apresenta inclusive os vencedores das edições passadas, no que recomendamos fortemente que se acesse e navegue. Para tanto, basta clicar aqui ou na imagem abaixo – conhecer uma iniciativa como essa e divulgá-la, afinal, é também uma forma importante de apoio!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Aprender a lidar com o dinheiro: uma necessidade da sociedade brasileira

Educação Financeira nas Escolas

A instiuição de uma lei ocorre para que a população aprenda a assimilar determinado conceito que ela não pratica. Assim foi com a legislação que garante assentos preferenciais em ônibus e metrô para idosos, gestantes e mães com bebês de colo; assim foi com a lei do atendimento preferenciaal; com a vaga preferencial em estacionamentos públicos e privados para portadores de necessidades especiais e idosos... e por aí vai.

Se pensarmos em uma sociedade civilizada e que respeita o próximo de verdade podemos chegar a superfial conclusão que essas leis são desnecessárias. Mas se avaliarmos a falta de educação, cidadania, e civismo da nossa população praticados no nosso dia a dia, podemos afirmar que a instituição das leis é apenas um singelo começo para provocar mudanças. Mas, num futuro longíquo, quem sabe o respeito realmente será prática da convivencia humana em seu cotidiano???

Então não será mais necessario haver placas com informações para os mais desavidados que determinadas pessoas possuem mais debilidades que outras por isso precisam de mais atenção. Caminhamos na civilização para isso...

Assim também acontecerá com a filosofia da boa educação financeira. Se instituímos uma lei é porque existe um comportamento inadequado que ainda nao é praticado socialmente. Não tenham dúvida, apenas a publicação do decreto já provoca mudanças e impele o povo a pensar... principal fator para mudança de comportamento. Muitas familías brasileiras vivem realmente o caus da falta de organização financeira. Demorou para o Brasil perceber isso e voltar-se para esse assunto. O melhor ambiente de ensino? A Escola, sem dúvida!

Leia o DECRETO Nº 7.397, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2010 na íntegra:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7397.htm

Como disse o especialista de Capivari:
"Um dos grandes e principais problemas do Brasil que se inicia no nível microeconômico transformando-se num problema macroeconômico é o endividamento das pessoas e famílias e pode afetar o país como um todo."
Vale a pena ler o artigo todo em
http://www.jcrnet.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=6866&Itemid=
Por Giulieny Matos, de Brasília
Acesse giulienymatos.blogspot.com

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Agora na rede!!!

Ilustração de "A Menina Derretida"

Olá pessoal! 

Agora estou no Blogger!
A partir de agora, muitas novidades virão. 

Segue o link do anúncio da minha última novidade: "A Menina Derretida", pela Editora RHJ com ilustrações fantásticas da Luna Vicente.

Acesse giulienymatos.blogspot.com

Neoempreendedorismo à brasileira

Neoempreendedorismo à brasileira / Artigo / Miguel Seta

http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noticias/midias-nacionais/brasil/brasil-economico/2011/07/13/neoempreendedorismo-a-brasileira-artigo-miguel

13/07/2011

Miguel Setas Vice-presidente da EDP

Nas últimas semanas tem sido noticiado o sucesso dos sites de compras coletivas no Brasil. Estima-se que existam mais de 1.800 sites de compras coletivas brasileiros, enquanto nos EUA este número não ultrapassa os 400. O Brasil é o 5º maior país do mundo em utilizadores com acesso à internet (75 milhões de usuários, de acordo com o Internet World Stats 2011). Uma colocação claramente acima do sua posição econômica, que deve ser reforçada nos próximos anos com o anunciado Plano Nacional de Banda Larga.

Este é um dos sinais de um verdadeiro boom de empreendedorismo brasileiro, que foi confirmado este ano pela Global Entrepreneurship Research Association, que colocou o Brasil como o país com a maior taxa de empreendedorismo do G20, em 2010—17,5% dos brasileiros em idade adulta tem um negócio de até 3,5 anos. O Brasil transformou-se numa verdadeira “start-up nation”, como era conhecida Israel há alguns anos.

Este é um fenômeno global. A internet veio dar condições para os empreendedores se lançarem no mercado com muita rapidez. O Groupon — maior site de compras coletivas do mundo — atingiu faturamento superior a US$ 2,5 bilhões, em pouco mais de 2 anos. Outra tendência interessante, para além da rapidez e intensidade do fenômeno, é o aparecimento de várias classes de empreendedores. Há quatro tipos que nos chamam a atenção: z-preneurs, beta-preneurs, indie-preneurs e senior-preneurs.

Os z-preneurs é um nome que atribuímos para jovens da geração Z (nascidos depois de 1996). A internet permitiu a estes “jovens digitais” montarem os seus próprios negócios on-line. Sites de aconselhamento de imagem, como o da notória Bethany Mota, são um exemplo de como a geração Z já empreende.

Os beta-preneurs são empreendedores que se dedicam a lançar ou testar produtos e serviços em fases avançadas de desenvolvimento, mas que ainda não atingiram a sua versão final—estão na chamada “versão beta”. O exemplo das lojas colaborativas “Endossa” no Brasil, que vendem espaço de prateleira para produtos em fase de lançamento, ilustra a tendência.

Os indie-preneurs são empreendedores “independentes”, que usam a facilidade da web e da mídia social para lançar o seu próprio negócio. Um estudo recente do site enterprisenation.com mostrou que no Reino Unido há mais de 5 milhões de pessoas que gerem os seus próprios negócios em casa, com o chamado “trabalho das 5 às 9 horas”. Muitos dos sites de compras coletivas enquadram-se nesta categoria.

Senior-preneurs é o nome que atribuímos aos empreendedores de idade mais avançada.Um relatório da Kauffman Foundation mostra que nos últimos anos surgiu nos EUA um elevado número de empreendedores na faixa dos 54 aos 65 anos, que beneficiam do aumento da longevidade e que aproveitam negócios associados ao fortalecimento da economia do conhecimento.

Ou seja, o empreendedorismo é hoje um traço marcante da nossa sociedade. Há 30 anos era um conceito inovador que se estudava nas escolas de negócios e era adotado por alguns empresários mais arrojados. Agora é um conceito bastante disseminado na sociedade, impulsionado mundialmente pelas inúmeras oportunidades de negócio e pelas elevadas taxas de desemprego em algumas economias.

A boa notícia para todos é que hoje é rápido e fácil lançar um negócio. Basta uma boa ideia, um endereço digital, uma comunidade de interesse e algum dinheiro. Chegou o neoempreendedorismo!

Especialistas defendem melhorias em conselhos tutelares



SÃO PAULO
 — Ao completar 21 anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ainda apresenta uma questão que precisa ser bastante aperfeiçoada: os conselhos tutelares. As deficiências nessas unidades foram problemas apontados por dois especialistas no assunto que foram entrevistados pela Agência Brasil.

O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Roberto da Silva defendeu a melhor qualificação dos candidatos ao cargo de conselheiro tutelar. “A forma de seleção e de eleição do conselheiro tutelar é extremamente problemática hoje e é um dos fatores que depõe contra o ECA”, disse o professor, que é membro do Conselho Curador da Fundação Casa e também do Conselho da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Segundo Silva, a falta de critérios objetivos para a seleção de conselheiros tutelares tem permitido a eleição de “pessoas que não conhecem nada do ECA, sem experiência no trabalho com a infância e adolescência e até de quem é contrário ao estatuto”.

De acordo com o presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo (SP) e vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Adolescente da OAB, Ariel de Castro Alves, há conselhos tutelares instalados em 92% dos municípios brasileiros, mas nem sempre eles estão bem estruturados para atender crianças e adolescentes. “Faltam condições de trabalho e nem sempre os profissionais têm a devida capacitação para a complexidade da atuação que precisa ter.”

Para Alves, além de melhorar as condições dos conselhos tutelares, é preciso haver mais investimento em varas especializadas em infância e juventude. “Segundo o Conselho Nacional de Justiça, só 6% das regiões judiciárias ou comarcas têm varas com juízes, promotores e defensores atuando com dedicação exclusiva na área de infância e da juventude”, citou.

O professor Roberto da Silva avalia que, apesar dos avanços, o estatuto ainda apresenta grandes problemas. “Insisti durante muito tempo para que houvesse uma moratória em relação ao ECA, quer dizer, que durante dez anos não se mexesse no estatuto até que fossem implantados plenamente todos os mecanismos que ele criou. Hoje, completados 21 anos, nem a metade desses mecanismos foi efetivamente implantada.”

Segundo Silva, o mecanismo que trata da proteção integral da criança e do adolescente, por exemplo, ainda não foi totalmente implantado. “Talvez seja esse o princípio mais importante do ECA, porque ele extrapola o âmbito da criança e do adolescente, envolvendo a mãe, o grupo sociofamiliar e o conjunto da comunidade. Aos 21 anos [do ECA], não se tem a perfeita compreensão ainda do que é o principio da doutrina da proteção integral.”

Por esse princípio, entende-se a necessidade de o Estado assegurar o direito à moradia e à educação, entre outros. “Outra questão que está na Constituição Federal é o salário mínimo digno. Isso não está diretamente vinculado ao direito da criança e do adolescente, mas é um pressuposto básico para os pais protegerem os direitos dos seus filhos. A mesma coisa é o direito à educação no que se refere à alfabetização e à educação de jovens e adultos. Como os pais vão assegurar o direito de seus filhos se eles sequer têm seus direitos garantidos?”, questionou o professor da USP.

Para ele, a situação de crianças e adolescentes pode melhorar se houver maior articulação entre os governos federal, estaduais e municipais, assim como melhorias dos sistemas de informação. “Não temos ainda no Brasil, de forma organizada, um sistema de localização de desaparecidos. Apesar da iniciativa do Conselho Nacional de Justiça, o Cadastro Único de Adoção, que é uma medida desejável, ainda não é um fato. Em 2004, junto com o Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada], fizemos um censo parcial de abrigos no Brasil. Mas não temos um censo universal que dê conta de identificar quem são e quantos são os abrigos existentes no país.”

Segundo Roberto Silva, esses sistemas de informação não dependem de grande investimento e sim de articulação política. “Cada ente da Federação faz iniciativas isoladas por causa da questão da incompatibilidade política, seja por não serem do mesmo partido seja por causa da sucessão do governo. Há uma fragmentação das ações que dificulta o gerenciamento da questão”, destacou o professor.

O cumprimento integral do ECA, segundo Ariel de Castro Alves Alves, poderia se dar por meio da maior participação do empresariado brasileiro e da ampliação de recursos públicos para a área da infância e da juventude. “As empresas podem ajudar contribuindo para os fundos municipais, estaduais ou federais da Criança e do Adolescente. E as prefeituras, os estados e o governo federal têm de ampliar os recursos do Orçamento vinculados às áreas de atendimento à a infância e à juventude”, defendeu.


http://www.dci.com.br/Especialistas-defendem-melhorias-em-conselhos-tutelares-3-381114.html

terça-feira, 12 de julho de 2011

Redes sociais favorecem reação dos jovens

http://unbnasbpc.wordpress.com/2011/07/12/redes-sociais-favorecem-reacao-dos-jovens/

Quando as redes sociais na internet começaram a surgir, análises apressadas logo decretaram o fim das relações presenciais. Mobilizações como a que derrubou o ex-presidente Fernando Collor estariam fadadas à extinção, porque os jovens passariam o dia diante de seus computadores. “O que vemos é exatamente o inverso”, afirmou Christiana Soares de Freitas, professora adjunta do Departamento de Administração da Universidade de Brasília, em palestra no 63º Congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Segundo ela, as redes sociais têm possibilitado um exercício maior da democracia deliberativa em um país de democracia representativa. “A internet potencializa o ativismo não institucional”, comentou Christiana, que é também pesquisadora-colaboradora do Departamento de Sociologia. Ela e outros dois integrantes da mesa na SBPC, Bernardo Esteves Gonçalves da Costa, do Instituto Ciência Hoje, e Marcus Abílio Gomes Pereira, da Universidade Federal de Minas Gerais, defenderam a liberdade na internet e criticaram projetos como o PL 84/99, em trâmite no Congresso Nacional. A proposta, chamada pelos internautas de AI-5 Digital, trata de crimes cibernéticos e, durante discussão pelos parlamentares, incluiu o controle de informações acessadas pelos usuários.

O uso das redes sociais nas manifestações que derrubaram governos no Oriente Médio foi o caso mais analisado pelos professores durante o debate. “É claro que a rede não foi o único fator que desencadeou a onda de protestos no Oriente Médio. A imprensa ocidental comprou essa ideia. Houve outras razões, muito mais determinantes, mas é fato que a rede possibilitou a disseminação do movimento”, analisou Marcus Abílio. “As redes sociais estão possibilitando a organização de minorias e aprimorando a democracia”.

Christiana citou como exemplo do poder das redes sociais a ocupação do prédio da Reitoria da UnB há cerca de um mês, por alunos da UnB Ceilândia. “Em meia hora, os estudantes se mobilizaram pela rede e tomaram conta do prédio em um ato totalmente inesperado”, lembrou. Bernardo Esteves destacou também o caso do Churrasco da Gente Diferenciada, que surgiu em protesto contra mudanças em projeto de ampliação das estações de metrô. Em 24 horas, pelo menos 47 mil pessoas confirmaram participação no ato que reuniu cerca de mil pessoas no último mês de maio em Higienópolis. “A internet favorece os espaços de participação pública”, comentou o professor Marcus Abílio Gomes Pereira, da Universidade Federal de Minas Gerais.

O professor destacou, no entanto, que a democracia na rede também tem suas limitações.”É um instrumento democrático, mas quem vai ser escutado? Quem realmente consegue atingir o grande público?”,indagou. Na opinião de Marcus Abílio, a rede está criando uma elite de blogs e sites. “Mas não há como negar que o campo midiático sofreu uma alteração de poder”, disse.

por Ana Lúcia Moura

Inauguração do Ponto de Inclusão em Samambaia DF

Governador Agnelo Queiroz inaugura, na cidade, o segundo pólo do DF. Agora, comunidade de Samambaia terá a oportunidade de se qualificar em um espaço autossustentável.
  • Suzano Almeida, da Agência Brasília
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, inaugurou na manhã desta terça-feira o segundo pólo Ponto de Inclusão: Programa de Orientação às Novas Tecnologias e Oportunidades. O novo espaço fica na QR 407/409 de Samambaia, em frente ao Parque Três Meninas. A meta é que até 2014 todas as cidades do DF tenham centros tecnológicos comunitários, que oferecerão à população cursos de educação formal, tecnológicos e profissionalizantes.
O desenvolvimento de políticas digitais é uma das prioridades da gestão de Agnelo Queiroz. Além de lançar em breve o Parque Tecnológico Capital Digital (PTCD), o Governo do Distrito Federal está empenhado em fazer do DF a primeira localidade da América Latina com 100% de cobertura por banda larga totalmente gratuita.
“Minha prioridade é promover a ciência e a tecnologia como forma sustentável para a nossa cidade. A inclusão produz melhorias sociais e cria novas oportunidades de trabalho”, declarou o governador Agnelo Queiroz. Ele lembrou que os pontos de inclusão não serão dedicados apenas aos jovens, mas a pessoas de todas as idades que queiram se capacitar.
O mesmo destaque foi dado pelo secretário de Ciência e Tecnologia, Gastão Ramos, que afirmou que a melhor idade (acima dos 60 anos) tem procurado muito os novos cursos, em busca da inserção digital e de oportunidades de especialização.
“Os cursos não servem apenas para fornecer um certificado. Isso acabou. Esse programa faz parte de uma política nacional de inclusão digital, o que dá outra dimensão e atende às demandas da cidade”, observou Agnelo Queiroz. “Não adianta formar para áreas que não têm mercado. Temos que perceber que tipo de mão de obra estamos precisando também, o que é muito importante para dar acesso ao mercado de trabalho”, acrescentou.

Plano de negócios

Os centros comunitários digitais são desenvolvidos para serem autossustentáveis. Cada ponto terá um plano de negócio, para que a própria sociedade possa gerir o local, estimulando a economia solidária e criativa e o empreendedorismo. Para atender a demanda do DF e do Entorno, o governo criará 300 centros tecnológicos comunitários, além de converter ao novo modelo os 102 telecentros existentes. O objetivo é oferecer acesso universal às Tecnologias da Informação e Comunicação.
O espaço inaugurado em Samambaia é um Ponto de Inclusão Digital diferenciado. Chamado de Ponto Especial, ele conta com Telecentro, Biblioteca e Ponto de Leitura – com computadores ligados a diversas bibliotecas virtuais. Também é o primeiro do DF com metareciclagem e trabalhará com o reaproveitamento de equipamentos usados de informática. Está prevista a abertura de centros de metareciclagem em mais sete pontos de inclusão digital pelo DF.
“Neste centro de metareciclagem, nós estamos formando pessoas para entrar no mercado de trabalho. Nele, vamos recondicionar máquinas, reaproveitá-las para que voltem ao programa. Muitas vezes, vamos colocar a máquina à disposição da comunidade que não tem condições de ter um computador para que ela tenha acesso aos serviços públicos”, explicou o secretário de Ciência e Tecnologia, Gastão Ramos. “O que não for reciclado, o que chamamos de lixo tecnológico, será tratado de forma ecologicamente correta”, garantiu.
O secretário reiterou o compromisso do governo com o desenvolvimento do DF e a inclusão da população de baixa renda no mercado de trabalho. Para isso, o Ponto de Inclusão da Samambaia conta com uma biblioteca com 1.600 novos livros e gibis do cartunista Maurício de Souza, além do programa Arca das Letras, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que promove a literatura nas comunidades de zonas rurais. O Arca das Letras contribuiu com outros 1.200 livros para o acervo de Samambaia.

Além do governador Agnelo Queiroz e do secretário de Ciência e Tecnologia, Gastão Ramos, participaram da inauguração do Ponto de Inclusão de Samambaia o secretário de Cultura, Hamilton Pereira; o secretário Particular do Governador, Bolivar Rocha; o secretário de Publicidade, Abimael Nunes; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa (FAP), Paulo Sérgio Bretas; o deputado distrital Chico Vigilante e o chefe de gabinete da Administração Regional de Samambaia, Juscelino França, que na cerimônia representou o administrador Risomar Carvalho.

sábado, 9 de julho de 2011

O cartunista Laerte fala sobre a arte de criar, o humor e a sociedade



Publicação: 08/07/2011 09:07 Atualização: 08/07/2011 09:22
Reflexão, humor, poesia e provocação. Um artista sem medo encara crises criativas e existenciais para avançar como criador. Dono de um trabalho rico tanto visualmente quanto por temáticas e abordagens, o cartunista Laerte Coutinho, 60 anos, faz das histórias em quadrinhos um espaço de inquietação constante. Além das tiras diárias, o quadrinista é conhecido pela série Piratas do Tietê e por incontáveis personagens e histórias publicados em jornais e revistas diversas nos últimos 30 anos. Valores, linguagens, preconceitos e o próprio trabalho são colocados em questão nas quatro linhas que delimitam os quadrinhos.


Convidado da 2ª Jornada de Romances Gráficos, evento organizado na Universidade de Brasília (UnB) pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, o cartunista esteve em Brasília na semana passada para uma palestra. O Correiopromoveu um bate-papo entre o desenhista paulistano e a nova geração dos quadrinhos de Brasília. Participaram do encontro o trio Gabriel Góes, Lucas Gehre e Gabriel Mesquita, da revista Samba, e Caio Gomes, desenhista e cartunista do Correio Braziliensee um dos organizadores do calendário ilustradoPindura.

Na conversa a seguir, Laerte lembra os tempos em que trabalhava com Angeli e Glauco Villas Boas (assassinado no ano passado) na série Los 3 amigos, a produção de quadrinhos no Brasil e no mundo, técnicas, morte de personagens, a preguiça de desenhar e, claro, vestir-se com roupas femininas (o hábito recebeu uma expressão em inglês chamada crossdresser). No fim, inverte-se a ordem e é o veterano quem questiona os iniciantes.

Góes: Que quadrinhos você está lendo atualmente?
Laerte: Quadrinhos têm esse problema de ser rápidos para caramba. Você leva dois anos fazendo e dois dias para ler uma graphic novels, por exemplo. Meu problema com Ken Parker são as 100 páginas por episódio. Eu conheço o Berardi (Giancarlo, roteirista da série italiana) e ele é louco mesmo. Ele trabalha algo em torno de 18 horas por dia; eu jamais trabalhei 14 horas por semana (risos).

Góes: Qual é a diferença da época em que você fazia tiras de personagem e o que você faz hoje?
Laerte: Ficou muito mais complicado porque com personagens é meio caminho andado. Já tem uma série de escolhas dadas pelas características do personagem. Por mais que ele evolua, uma série de coisas já estão resolvidas. Soluções que ele já aponta dentro de uma linguagem, que é da tira humorística. Quando eu encerrei esse pacote, encerrei personagens e modos de fazer a piada. Resolvi ir para um terreno novo e complicado.

Gehre: Às vezes nem é humor exatamente…
Laerte: É humor, não é piada. Humor e piada são coisas diferentes. Tem um festival em São Paulo de stand-up comedy chamado Risadaria que é muito bom. Já fui algumas vezes. Mas eu implico com o nome. Risadaria é a ideia do humor de festival assim como tinha o festival da canção. É humor com fórmula, fabril. Humor de resultado, como mecanismo de obter risada, não me agrada. Pode funcionar com um monte de gente. Mas me deu um siricutico com essa coisa. E nesse partir para outra tenho visto que muita gente opera com esse diapasão. Vocês (da Samba) fazem isso. O pessoal da revista Beleléu faz isso. Do meu ponto de vista, mudar foi uma saída para a minha sanidade. Eu estava me cansando da minha profissão, do meu trabalho, me repetindo, dizendo a mesma coisa muitas vezes.

Góes: Não dá saudade nenhuma dos seus personagens? Nenhuma mesmo?
Laerte: Não. Eles não eram pessoas reais. Não acredite em tudo que vocês veem por aí. Vocês têm saudade do Calvin (personagem de Bill Watterson)?

Góes: Direto, eu penso no Calvin.
Laerte: Esse é o problema de se trabalhar com personagens. São certos modelos que eu não ia alcançar. Eu tenho certeza de que nunca fiz nada como o Calvin. Aquela inteireza e densidade me fascinam. Conseguir uma tripinha com quatro quadrinhos por dia, com um personagem simples e previsível (boa parte do humor do Calvin é a expectativa satisfeita do leitor). Por outro lado, ele ia adensando situações. É exemplo de uma produção dinâmica de humor. Tanto é que o autor parou também. Na certa, por conta das limitações. Trabalhar com um personagem que não envelhece, num mundo em que o tempo não passa... Os comentários tinham de se ater a certos parâmetros. Já acho ótimo que ele não tenha vendido o personagem para o marketing. O fato do Watterson ter decidido parar já é um ponto a favor.

Mesquita: Quando você faz um quadrinho de mais de uma página, como você pensa tecnicamente?

Laerte: Isso tem saído cada hora de um jeito. Minha técnica varia muito. Às vezes, eu faço de lápis azul, boto a tinta em cima e filtro no photoshop. Essa crise que eu estou atravessando, ou que está me atravessando, colocou várias coisas em xeque. Uma delas foi o humor. A outra foi a minha capacidade de exercer a minha profissão de desenhista, tecnicamente, de nível. Vocês já devem ter percebido que essa p… exige uma certa disciplina, uma permanência. É uma relação de aficionado pelo próprio trabalho. E eu não consigo ter isso. Ando numa impaciência... É claro que uma história com mais de quatro páginas é uma piração. Cada história dessas, para ser parida, é uma loucura. Envolve ideias, estudos, desenhos. Eu não aguento mais esperar o roteiro sair para começar a história. Erro tudo. São marchas e contramarchas.

Mesquita: Aqui na Samba, às vezes um desenha e outro finaliza ou vice-versa. Na época em que você desenhava com o Los 3 amigos, vocês também faziam isso?

Laerte: Eu e o Angeli desenhávamos tudo. O Glauco só vinha para botar o bonequinho dele (o personagem Geraldão). Depois que ele descobriu que a gente desenhava o bonequinho razoavelmente, ele nem se dava ao trabalho de ir. Ficava lá um pouco, dava umas ideias muito loucas e ia embora. É gostoso fazer isso. Eu gostava bastante.

Caio Gomes: Quando você faz os quadrinhos, você pensa no que pode acontecer em relação à reação das pessoas?
Laerte: Eu já fui acusado de racista e homofóbico. Era uma tira que dois moleques ficavam questionando o que era gay ou lésbica. Evidentemente, minha intenção era discutir a linguagem comum. Aquilo que é passado para as crianças. Era uma história realista.

Caio Gomes: Você fica receoso por causa disso?
Laerte:
 Fico. É um pouco pior do que receio. Fico pensando se eu não estou sendo isso ou aquilo. A gente sempre se acha o suprassumo do bom mocismo e da boa consciência. Eu, fascista? Imagina. Essas coisas frequentam a cultura pop, a cultura que a gente usa no bla-bla-blá diário de uma forma que é meio insidiosa. Essas coisas fazem parte de uma sopa geral, que você acha que não existe. Quando você vai examinar não é neutro p… nenhuma. É racista, classicista, sexista… Tem uma série de intenções embutidas em gestos aparentemente neutros. Eu sou um pouco neurótico. Eu fico pensando ‘Que p… eu estou querendo dizer com isso?’ Um pouco de paranoia minha. Neurose ou paranoia? Eu não sei (risos).

Caio Gomes: Você segue algum estilo de roupas femininas? Sei lá, olha nas revistas?
Laerte: Acho que é o que eu vejo na rua e gosto. No caso de roupa feminina é mais complicado porque eu não sou uma mulher. Já aconteceu de comprar uma roupa cara, colocar no corpo e pensar “Que grande erro!”. Essa prática de usar roupa feminina é a importância da roupa enquanto linguagem. Estou tendo a oportunidade de verificar a linguagem no meu modo de ser. Um meio de expressão minha. Coisa que eu fazia de forma irrefletida com a roupa masculina. A roupa masculina tinha virado uma nãolinguagem. A roupa feminina me enriqueceu com essa oportunidade de experimentar linguagens.

Laerte assume a função de entrevistador:

O que é estar em grupo e ao mesmo tempo serem indivíduos produtores? Estar em grupo é apenas uma tática de existência do mercado? Quando é que vocês vão se largar?

Gehre: Estar em grupo na Samba foi meio instantâneo. É uma estratégia. Quando a gente viu, estava produzindo em grupo. Alguém perguntou se éramos um coletivo.

Mesquita:
 Uma coisa boa de trabalhar em grupo é poder aprender. Acho que eu aprendo muito com o Lucas e o Gabriel. É bom até para ter referencial do seu trabalho e ter alguém te criticando de uma maneira até menos educada.

Laerte: Posso dizer o mesmo sobre a época do Los 3 amigos. Acho que o melhor do que eu fazia era o que eu fazia com eles.

Góes: Muita gente compara a gente com uma banda. Acham que uma hora a gente vai se separar e lançar um disco solo, independentemente da banda se desmanchar ou não.

Laerte (C) com Gabriel Góes (blusa cinza), Lucas Gehre (cabelo grande), Caio Gomes (blusa xadrez) e Gabriel Mesquita (boina): traços e quadrinhos

Fonte:

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os últimos dias das livrarias


Com aumento de vendas online e downloads, livrarias físicas no Estados Unidos caminham para a extinção

7/07/2011 
Todos sabem que as vendas nas livrarias despencaram porque consumidores estão pedindo seus livros online ou realizando downloads para seus e-readers. Livrarias podem ser ótimas para relaxar e procurar livros, mas é na internet que os negócios são feitos. No mais recente capítulo da saga da Borders, a cadeia de livrarias concordou em vender seus bens por US$ 215 milhões à Direct Brands, uma companhia de distribuição de mídia pertencente à Najafi, um firma de private-equity, que também assumiu US$ 220 adicionais em dívidas. Isso servirá como lance de abertura para o leilão de falência da empresa, marcado para o dia 19 de julho.
O que acontecer no leilão ditará o futuro da livraria, que já fechou mais de um terço de suas lojas. Como a Direct Brands é uma distribuidora de música, DVDs e livros online, alguns acreditam que o acordo com a Najafi não fará diferença na tentativa de manter as livrarias abertas. Ao invés disso, a empresa irá apostar na rede de distribuição e liquidar todo o resto. Independentemente do desfecho, o cenário não parece animador para os empregados e patrões (desde que passou a procurar por proteção de falência, a empresa – que emprega mais de 11 mil pessoas – acumulou mais de US$ 191 milhões em perdas, de acordo com o Wall Street Journal)
Como a Barnes & Noble, a Borders tem a reputação de ser uma gigante corporativa brutal que liderou uma competição mais humana de venda de livros por décadas, e agora parece estar colhendo o que plantou. Mas os gigantes do ramo também tiveram um papel importante com as única livrarias de cidades pequenas e subúrbios nos Estados Unidos, onde leitores muitas vezes se viam limitados ao livros vendidos no Wal-Mart. Nos centros urbanos, é possível encontras obras a preços mais baixos, flertar com outros fãs de literatura e ouvir leituras de autores visitantes. No resto do país, são livrarias como a Borders que propiciam uma rara atmosfera livre de pressões para os bibliófilos, quase sempre em shopping centers ao lado de alguma filial da Home Depot.
Nashville, no Tennessee, ainda se recupera do fechamento de várias livrarias, incluindo uma filial da Borders e uma popular loja da Davis-Kidd. O resultado, como descrito no Nashville Scene, é um “exemplo claro do quão detestável é viver num cidade em que sebos e as horríveis ofertas do Book-a-Million são tudo o que se tem”. O problema, no entanto, é que ninguém mais parece disposto a pagar o preço integral dos livros. Embora haja demanda para livrarias físicas onde seja possível encontrar pessoas, beber café e ler livros novos, tais lugares não podem existir se o marcado não tiver como acomodá-los.
Além de café, acesso Wi-Fi e o ocasional tapete de yôga, o que fará as pessoas pagarem o suficiente para justificar a existência das livrarias físicas. Poderiam as lojas independentes cobrar mensalidades que permitiriam o acesso a livros por um preço um pouco menor? Um modelo de patrocínio corporativo funcionaria? Ou talvez as livrarias pudessem se transformar em bibliotecas. Seja qual for o resultado, o mercado está destruindo um espaço público importante. Será interessante analisar o que preencherá o vazio deixado pelas livrarias.


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