terça-feira, 19 de outubro de 2021

A REDE - AGÊNCIA ECCOM RESTAURA FOTOGRAFIA RARA DE ANÁPOLIS DENTRO DO PROJETO SESQUICENTENÁRIO SANTANANTENSE

 

Fruto das pesquisas realizadas junto a comunidade anapolina  para o Projeto de comemoração dos 150 anos da construção da primeira capela de Santana, a foto foi encontrada no acervo da família de Américo Borges de Carvalho, primeiro prefeito de Anápolis.

A foto tirada no final dos anos 1940 mostra a capela que viria a ser demolida, ao lado da cripta e altar em construção da atual catedral de Santana, que avançaria com sua nave sobre a histórica igreja que teve seus alicerces fundados em 1871 por Gomes de Sousa Ramos.

Cópias restauradas em sépia e Preto e branco

Bastante avariada, a fotografia passou por processos de recomposição permitidos pela tecnologia, realçando elementos no enquadramento que contam nuances da história da cidade com evolução da arquitetura. No plano de fundo destaca-se o prédio do Grupo Escolar, hoje Escola Estadual Antensina Santana, ostentando o estilo art deco. E mais ao fundo , o recém construído prédio do Goyaz Bank, atual Itamaraty Hotel.


O primeiro prefeito de Anápolis, Américo Borges de Carvalho e família


O FOTÓGRAFO

Publicação

sábado, 31 de julho de 2021

https://agenciaeccom.blogspot.com/2021/07/blog-post_66.html

FELIZ ANIVERSÁRIO ANÁPOLIS! A HISTÓRIA DE UMA LEMBRANÇA!





VERSÃO 2


terça-feira, 19 de outubro de 2021

A FOTO INÉDITA DE GODOFREDO BORGES DE CARVALHO. FEITA EM BAIXA VELOCIDADE MOSTRANDO A CATEDRAL DE SANTANA FINALIZADA E JÁ SEM A ANTIGA CAPELA AO SEU LADO. AO FUNDO A ATUAL ESCOLA ESTADUAL ANTENSINA SANTANA





 A CÂMERA DE GODOFREDO


O croqui da visão de fotógrafo de Godofredo buscando um novo plano
O croqui de
 Godofredo ampliado por seu filho William Borges de Carvalho em 2021


Publicação

domingo, 25 de abril de 2021

https://agenciaeccom.blogspot.com/2021/04/rede-comunitaria-de-comunicacao.html
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Em seu livro "Anápolis-150 anos de bairrismo", o jornalista Godofredo Sandoval Batista publica essa foto de Daniel Bispo Santana com a legenda: "Maria Prottis e eu, em 1971, no prédio número 1 de Anápolis, na sede da fazenda de Joaquim Rodrigues dos Santos, um dos doadores da área onde foi construída a Capela de Santana



sábado, 18 de setembro de 2021

https://agenciaeccom.blogspot.com/2021/09/padre-francisco-inacio-da-luz.html

PADRE FRANCISCO INÁCIO DA LUZ, O PRIMEIRO PÁROCO DE SANTANA DE ANTAS ERA UM GRANDE ARTISTA

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Com a construção da Capela de Sant'Ana de Antas em 1871, foi provisionado o vigário paroquial Pe. Francisco Inácio da Luz, que já em 1873 tornou-se o primeiro pároco da localidade. Como se pode atestar pela sua biografia na série Patronos da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música, Padre Francisco Inácio teve uma marcante passagem pela história santanantense, não obstante ter protagonizado o célebre episódio que envolveu a disputa da água do Rego Grande, o curso de água que cortava o largo de Santana. 
Além do grande talento artístico descrito na biografia -"Bom marceneiro, hábil mecânico, pintor exímio e musicista renomado"-  Francico da Luz era também fazendeiro e comerciante empreendedor. Instalou logo abaixo da capela a sua serraria, para a qual, conta-se, desviou o curso do Rego Grande para movimentar as máquinas. Tal feito causou profundas discórdias na nascente comunidade antense, o que também está descrito na biografia -"Em 1870, tornou-se capelão provisório de Santana das Antas, hoje Anápolis, e quando o local se tornou uma freguesia (06.08.1873), continuou como seu pároco até 11.03.1875, ocasião em que, sendo desrespeitado por pessoas da sociedade anapolina, voltou para Pirenópolis". Assim, Francisco da Luz foi embora de Antas para viver os últimos tres anos de sua vida.

                                               ***** 

Francisco Inácio da Luz (Pirenópolis 21.02.1821 – 27.08.1878) foi músico, compositor, instrumentista, regente, pintor, escultor, inventor e marceneiro. Filho do professor e grande musicista José Inácio do Nascimento e de Ana da Glória, que era filha do padre Francisco Inácio de Faria Vivas, estudou com o pai o curso primário. Depois estudou humanidades no colégio do padre Manuel Pereira de Sousa e teve como colegas os irmãos André e João Augusto de Pádua Fleury e o padre José Joaquim do Nascimento. Depois disso, resolveu seguir a vida eclesiástica e, em 10.03.1844, ordenou-se na Cidade Goiás pelo bispo Dom Francisco Ferreira de Azevedo. 
Como patrimônio de sua ordenação, recebeu de doação de seus pais, em 18.08.1843, o casarão que está localizado bem em frente à Matriz. 
Padre Francisco era capelão do Carmo no ofício de sacerdote, foi coadjutor de seu primo, vigário José Joaquim do Nascimento, e também capelão da capela filial da Igreja do Carmo. Aproximadamente onde hoje está a Aldeia da Paz, ele edificou um sobrado. 
      Em 1870, tornou-se capelão provisório de Santana das Antas, hoje Anápolis, e quando o local se tornou uma freguesia (06.08.1873), continuou como seu pároco até 11.03.1875, ocasião em que, sendo desrespeitado por pessoas da sociedade anapolina, voltou para Pirenópolis. Jarbas Jayme o define assim: “Bom marceneiro, hábil mecânico, pintor exímio e musicista renomado. Nos arquivos musicais de Pirenópolis, encontram-se belíssimas e extraordinárias produções desse grande discípulo da Euterpe.” 
O mesmo autor conta interessante causo a seu respeito: “Fez um realejo que causava admiração aos que o ouviam. Tivemos ocasião de falar com pessoas que conheceram dito instrumento, dentre elas, o major Silvino Odorico de Siqueira, discípulo do padre Francisco.” (Jayme, Famílias, p. 331.) 
Segundo Braz de Pina, durante sua época de estudante, Francisco Inácio da Luz foi para o Rio de Janeiro e lá teve contato com os grandes expoentes da música da época. A capital do Brasil estava em efervescência cultural e muitas eram as novidades vindas da Europa. Ao retornar à sua terra natal, trouxe músicas sacras, teatrais etc., novidades que lecionou a seu brilhante irmão Antônio da Costa Nascimento, que passou a executar com perfeição flauta, clarinete e saxofone. (Pina, p. 8.) 

Na casa da esquerda morou padre Francisco. Foto de Arnaldo Lobato 

Por volta do ano de 1858, Francisco Inácio da Luz fundou a segunda orquestra de nossa cidade. A primeira foi criada pelo Vigário José Joaquim Pereira da Veiga uma década antes. A segunda orquestra era composta por: flauta, Antônio da Costa Nascimento; 1° violino, Francisco Inácio da Luz; 2° violino, Teodolino Graciano de Pina; clarinete, José Inácio da Cunha Teles; violoncelo, José Inácio do Nascimento Júnior; e oficleide, José Rafael da Cunha Teles. (Jayme, Esboço, p. 247.) 
Por contar com talentosos artistas, a segunda orquestra foi maravilhosa. Executava trechos das óperas dos compositores da moda na época, como Vincezo Bellini (1801 – 1835). Na interpretação de árias religiosas, contavam com o valoroso apoio dos irmãos Braz e Teodoro de Pina, que cantavam esplendorosamente.  
             Quando se mudou para Santana das Antas, Francisco passou a direção da orquestra a seu irmão Tonico, que por ser homem de difícil trato, levou-a ao fim, quando dela se afastaram os músicos. Tonico do Padre, irmão de padre Francisco com Maria Francisca de Almeida, filha do capitão Manuel Joaquim de Almeira e Ana Maria da Conceição, teve sete filhos: Francisco Inácio da Luz (Chiquinho do Padre), Querubina Francisca da Luz, Ana Francisca da Luz, Benedita Francisca da Luz, Bárbara Generosa da Luz, Guilhermina Francisca da Luz e Rosa da Luz Nascimento. (Jayme, Famílias, p. 332/333). 
Foi também bom marceneiro, mecânico, pintor exímio e renomado musicista. Foi o fundador da Banda de Música Euterpe, para a qual aproveitou instrumentos remanescentes da velha banda da Guarda Nacional, de Joaquim Alves de Oliveira. 
Francisco Inácio da Luz, ao estudar música com mestres cariocas, mudou a história cultural de Meia Ponte. A partir dele, a evolução musical de nossa terra foi intensa, com modernização harmônica e atualização de temas. Por tudo isso, é Patrono da Cadeira n° VI da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música. 

 Adriano Curado 
De acordo com o historiador Ramir Curado, o padre Francisco Inácio da Luz pintou o teto da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de França em Corumbá de Goiás."O teto da Matriz foi, inicialmente, pintado por ele. O trabalho deste artista abrangeu também a pintura do arco-cruzeiro(arco que separa a nave da capela mor) e do altar-mor deste templo, tendo sido realizado entre os anos de 1861 e 1863. 
Este homem para nós é um mistério: profissional de competência, fazendeiro de profissão, onde e com quem aprendeu seu ofício artístico?" O historiador Jarbas Jaime, deixou-nos a seguintes informações sobre esse artista: nasceu em Meia Ponte, onde foi batizado a 2 de março de 1821 e que ele era descendente das famílias Costa Teixeira, Silva Ribeiro e Rodrigues Nascimento, todas radicadas em solo meiapontense desde o século XXIII. O mesmo genealogista afirma que o Pe. Francisco estudou humanidades no colégio do Padre Manoel Pereira de Sousa e que foi ordenado em 1844, na cidade de Goiás, por D. Francisco Azevedo, e exercido o seu sacerdócio em Meia Ponte e Antas (Anápolis). 
Sobre as habilidades deste padre, Jarbas nos diz que ele era "bom marceneiro, hábil mecânico, pintor exímio e musicista renomado", tendo formado uma orquestra e a corporação musical Euterpe em Meia Ponte, cidade onde faleceu a 27 de agosto de 1878. 
Ainda a respeito desse artista, ouvimos do Mons. Manoel Fleury Curado, sacerdote corumbaense que viveu de 1887 a 1981, que o Pe. Francisco Inácio da Luz fabricava móveis domésticos e que deixou muitos quadros, por ele pintados, na matriz de N. S. da Penha de Corumbá. Também encontramos seu nome entre os clérigos que foram coadjutores nesse templo, sendo que, nessa época, ele morou numa chácara situada junto à serra dos Leites. Nesse sentido podemos considerar a igreja como primeira estimuladora da produção artística e a de indutora de uma sociabilidade indispensável em uma comunidade. 

*****Elder Rocha Lima Notícias de Corumbá de Goiás 1a Edição IPHAN Ministério da Cultura 2012
*****Lima, Elder Rocha. Notícias de Corumbá de Goiás/Elder Rocha Lima; fotografias de Marcelo Feijó. - Brasília- DF : Superintendência do IPHAN em Goiás 2012.

A REDE - DO PONTO DE LEITURA AO PONTO DE CULTURA 

      DO PONTO DE LEITURA AO PONTO DE CULTURA

MEMÓRIA DOS POVOS DO CERRADO COM EDUCAÇÃO E CULTURA POPULAR


A FOTO INÉDITA DE GODOFREDO BORGES DE CARVALHO. FEITA EM BAIXA VELOCIDADE MOSTRANDO A CATEDRAL DE SANTANA FINALIZADA E JÁ SEM A ANTIGA CAPELA AO SEU LADO. AO FUNDO A ATUAL ESCOLA ESTADUAL ANTENSINA SANTANA





 A CÂMERA DE GODOFREDO

 

FOTOS DA MISSÃO CRULS 1892


Comissão Exploradora do Planalto Central

 

 


Travessia sobre o rio Paranaíba,
na divisa de Goiás com Minas Gerais

 


Vila Boa de Goyaz, antiga capital do estado

 

 


Cachoeira sobre o rio Caçu/GO

 


Arraial de Meira Ponte, atual Pirenópolis

 

 


Ponte sobre o rio Areias, em Santo Antônio do Descoberto/GO

 

 


 


Ponte sobre o rio Descoberto

 

 


Acampamento nas cabeceiras do Rio Pindaíba

 

 


Lagoa Feia - Couros (Formosa/GO)

 

 


Acampamento no Vértice SE, dentro do Quadrilátero do DF

 

 


Entrada de Couros (atual Formosa/GO)

A Formosa, a Missão Cruls teria chegado em 14 de setembro de 1892.

No rastro dos bandeirantes, comerciantes e bandoleiros, a região do Planalto Central do Brasil foi vasculhada por inúmeros cientistas importantes.

O tcheco Johann Emanuel Pohl, o francês Augusto de Saint-Hillaire e o alemão Carl Friedrich Philipp  Von Martius  são alguns dos viajantes que, pelos estudos que aqui fizeram, tantos legados deixaram à humanidade.

Com propósitos diferentes, também andou pela região o engenheiro e diplomata brasileiro Francisco Adolfo Varnaghen, mais conhecido como visconde de Porto Seguro.

Sua viagem de seis meses serviu para sugerir um triângulo entre três lagoas existentes no município de Formosa, Goiás, como possível localização de uma nova capital.

Quando Luiz Cruls e sua equipe chegaram ao altiplano central brasileiro, portanto, os descampados ali existentes já estavam repletos de trilhas, caminhos e comunidades instaladas (…).

O grupo que havia passado por Santa Luzia (Luziania) também andou por Mestre D`Armas, mas logo seguiu viagem para Couros (Formosa), que era o objetivo daquele trecho da missão. A distância [de Santa Luzia] ao novo ponto da viagem foi de 13 treze dias (…) Ali seria o local de consolidação dos limites que Cruls pretendia alcançar.

Em seus escritos, quatro décadas antes, ao traçar os limites de uma nova capital para o Brasil, o visconde de Porto Seguro havia sugerido que essa vila [de Couros] fosse a escolhida para a função.

Na localização por ele sugerida, entre as três lagoas existentes naquela parte do Planalto Central, Formosa seria o ponto mais favorável. No entanto, Luiz Cruls não concordava com aquela localização geográfica.

O que Cruls encontrou em Couros/Formosa:

[À época] a maioria das casas ali existentes eram de taipa, todas cobertas com folhas de buriti, portais e janelas de madeira rústica, ruas de terra batida. Enfim, tinha uma aparência de vila pobre, que parecia não condizer com sua história de importante entreposto comercial. Nas fazendas, porém, a feição era diferente.


Os cultos católicos (os únicos “oficiais”) eram realizados na capela Nossa Senhora do Rosário, construída pela comunidade negra, adepta e praticante de cultos de origem africana.

Somente em 1838 foi construída a igreja matriz no Arraial dos Couros. Erigido de maneira também rústica, esse tempo era ainda existente quando da passagem de Cruls.  Funcionou até 1904, quando foi fechando porque ameaçava desabar. Em 1915 foi demolido, dando lugar a uma igreja mais moderna do ponto de vista da construção civil.

(…) Cruls e alguns membros da missão estiveram no vale do Paranã, inclusive no salto do Itiquira (…) Uma das tarefas do grupo era avaliar a qualidade da água dos mananciais de toda a região, de modo que seus membros permaneceram ali por alguns dias.

(…) Mas também o processamento da produção agrícola foi desenvolvido [em Formosa] com destaque para o açúcar de cana e a farinha de mandioca, que são outras marcas tradicionais de Formosa.

Aliás, a farinha de mandioca tornou-se [para os habitantes de Couros] um alimento fundamental, substituindo o pão. Além das festas do Divino e a quermesse de nossa Senhora do Rosário, todos os anos se realizava a Semana da Moagem da Mandioca, com moinhos movidos por bois, uma festa popular que anima a cidade desde o século XIX.


Ou seja, aquele sítio já era movimentado por comerciantes que ali passavam, ou que iam negociar couros de animais caçados e bois, ou com boiadas em pé e produtos agrícolas. Consta que esses viajantes armavam  barracas com couros de animais, principalmente na área central do lugarejo, daí advindo seu primeiro nome.

Desde 1830, a cidade já contava com um coral, e na segunda metade do século passou a ter também uma banda, no formato das retretas muito comuns nas cidades brasileiras de então. Outras manifestações culturais nos campos da literatura e outras artes também foram registradas, de modo que, embora recatada, a vila tinha movimentação o ano inteiro.

Mais tarde, foram instalados dois postos fiscais próximos ao Arraial dos Couros – um junto à Lagoa Feia, outro perto da cachoeira do Itiquira, nas estradas a oeste e a norte.

Também foram fixadas algumas contendas próximas dali. Só para lembrar, os postos fiscais operavam a cobrança de impostos, enquanto as contendas faziam a contagem das pessoas e animais que passavam, para efeito de conferência.

Foi ali, em Formosa, que a comissão chefiada por Cruls se dividiu nos quatro grupos demarcadores. Após completada a tarefa, todos se encontrariam na capital da província, a cidade de Vila Boa, o que era uma espécie de ação diplomática, de apresentação do grupo às autoridades de Goiás.

  


ANOTE AÍ:

Este relato é um excerto do livro “Cruls – Histórias e andanças do cientista que inspirou JK a fazer Brasília.” Editora Geração, 2014.