É ÓBVIO QUE VOTAREI NO LULA
Em duas horas de entrevista presencial no apartamento de seu assessor, em Botafogo, o ator Bruno Gagliasso falou sobre todos os assuntos sem desviar os olhos azuis de sua interlocutora. Além de ter opiniões transparentes e contundentes, também está 100% inteiro como marido de Giovanna Ewbank, pai de Títi, Bless e Zyan, ser político e, claro, ator. Em entrevista exclusiva, ele falou sobre o protagonismo de Giovanna no crime de racismo contra os filhos, Títi e Bless, em Portugal: "Estava ali como cúmplice e parceiro, não deixando ninguém se meter, minha função era essa". Ele também fala abertamente sobre o afastamento do irmão, Thiago, traição e da separação da atriz e apresentadora em 2012, e sexo depois de 12 anos de casamento. "Tem que rebolar. Quando as crianças estão na casa da avó, dá para fazer uma bagunça".
- Bruno Gagliasso sobre luta antirracista: 'Não quero que os meus filhos sejam os únicos negros em um restaurante'
- Dia dos pais: Bruno Gagliasso posa pela primeira vez com os três filhos
- Giovanna Ewbank conta como a maternidade transformou sua vida: 'Vivia numa bolha'
Mais uma prova dessa entrega incondicional aos personagens está na superprodução espanhola “Santo”, da Netflix, gravada entre o Brasil e a Espanha, que estreia sexta-feira. Com esse trabalho, Bruno entra no seleto rol de atores brasileiros que trilham carreira internacional, do qual também fazem parte Wagner Moura e Rodrigo Santoro.
A seguir os melhores trechos da entrevista em que Bruno fala sobre a série, luta antirracista, a oposição ao governo Bolsonaro, o afastamento do irmão, casamento, filhos e sonhos realizados, como a construção do Rancho da Montanha, onde planta o futuro.
Você disse que o Cardona de "Santo" o levou a lugares que jamais pensou em ir. Lembrando que você interpretou o delegado Lúcio de "Marighella", um torturador. Que lugares foram esses?
Um lugar pesado, física e mentalmente. Perdi 16 quilos em três meses, deixei unhas e barba crescerem. Levo o personagem para a casa, convivo com ele, tiro de dentro, não consigo buscar fora. É visceral. A trama de “Santo” é um quebra-cabeça que meu personagem vai desvendando. É uma série forte, que beira o horror, tem ação, suspense e drama.
Você costuma dizer que quem não se posiciona politicamente já está se posicionando. Em momento pré-eleição, essa postura fica ainda mais nítida?
O momento diz tudo. Não ser oposição hoje é compactuar com o que está acontecendo. Estamos no limite da imoralidade. Chega uma hora em que é necessário externalizar a opinião, principalmente pessoas que influenciam. Nunca a arte foi tão massacrada como nesses quatro anos. Aí vem artista declarando que não fala sobre política, que papo é esse? Acho hipocrisia, é desmerecer a inteligência alheia não se pronunciar porque fica evidente o posicionamento. É óbvio que votarei no Lula.
Bruno Gagliasso no Rancho da Montanha — Foto: Marcus Sabah
Em Portugal, quando seus filhos foram vítimas de racismo, você pensou em deter a Giovanna?
Minha mulher estava reagindo a uma agressão aos meus filhos, a quem estava no restaurante, a ela, como mãe, e a mim, como ser humano e pai. Não se pode confundir a agressão do opressor com a reação de quem foi oprimido. Estava ali como cúmplice e parceiro, não deixando ninguém se meter, minha função era essa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário