segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Bibliotecários posam nus em calendário para criar nova Biblioteca da Diversidade












Bibliotecários posam nus em calendário para criar Biblioteca da Diversidade

Fundador busca arrecadar fundos para compra de espaço na Asa Sul e acredita que o aumento de visibilidade do projeto por meio da venda do calendário e de outros produtos no futuro trará doações






Com o objetivo de arrecadar fundos para a criação da Biblioteca da Diversidade em Brasília, 12 bibliotecários e estudantes da área posaram sem roupa para o calendário de 2016 que financia o projeto. A ideia é de Cristian Santos, que trabalha na Biblioteca da Câmara dos Deputados e cita o incômodo com a violência contra minorias como motivação para fundar o espaço. “A violência contra minorias é um problema no Brasil todo e ela tem como motivação o ódio. E o ódio tem como fundamentação a ignorância”, afirma. Para ele, bibliotecas e o acesso à informação têm um poder transformador. Os modelos são de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Amazonas.

“Quero criar um espaço que enalteça a diversidade como elemento fundamental do ser humano, seja de cor, religião ou sexualidade, para fomentar o respeito e a empatia”, disse Santos em entrevista ao Correio. O bibliotecário citou principalmente a violência contra homossexuais e contra religiões de matriz africana. Lembrou ainda os incêndios em centros de umbanda e candomblé no Distrito Federal, além do caso da adolescente apedrejada quando saía de um culto, no Rio de Janeiro.
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O objetivo é comprar uma loja nas quadras 500 da Asa Sul e criar um acervo de literatura que atenda as necessidades da comunidade LGBT e outras minorias. “A biblioteca não será exclusiva para essas comunidades, todos são bem-vindos”, ressalta Cristian Santos. O bibliotecário afirma ainda que tudo vai ser gratuito. “A intenção é oferecer à comunidade brasiliense tudo que uma biblioteca comum tem, mas com diferenciais: palestras e filmes voltados pra essas duas grandes comunidades.”

Mas para o sonho se tornar realidade ainda há um grande obstáculo: os terrenos na região custam cerca de R$ 2 milhões, segundo o bibliotecário. Santos junta, há um ano, metade do próprio salário para financiar o projeto. O lucro do calendário, ressalta, será simbólico: apenas R$ 12,4 mil se todos os 300 exemplares forem vendidos.

Santos acredita que o aumento de visibilidade do projeto por meio da venda do calendário e de outros produtos no futuro trará doações. “Espero que uma pessoa generosa, um empresário ou até o Estado queira nos doar uma casa ou terreno. Creio que em 2016 conseguimos um milagre”, afirma.

Enquanto o espaço ainda não é viável, o acervo da Biblioteca da Diversidade já começa a ser construído e fica na casa de Cristian Santos. Ele conta que já recebe interessados pelo projeto na sua casa, onde guarda os livros e tem um escritório e uma sala de reuniões. Desde o início da divulgação, o bibliotecário já recebeu ofertas de doações de editoras, inclusive dos Estados Unidos e da França.

Para comprar o calendário, conhecer o projeto ou oferecer doações, entre em contato com o fundador Cristian Santos bibliotecadadiversidade@gmail.com ou (61) 8347-1304.

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